quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Programa nacional de música do Sesc chega a Campo Grande

Após percorrer várias cidades brasileiras, o programa nacional de música Sonora Brasil chega a Campo Grande. Em sua 12ª edição, o projeto do Sesc – Serviço Social do Comércio, que integra o sistema Fecomércio/MS, traz como tema Violão Brasileiro, que apresenta ao público um panorama da obra violonística desenvolvida no país nas últimas décadas. O representante de Mato Grosso do Sul, Marcelo Fernandes, junto a outros sete violonistas de diferentes estados do Brasil estão percorrendo desde julho várias cidades interpretando obras de mais de 30 compositores, que contribuíram de forma significativa para a consagração do violão.



Ao todo, o Sonora Brasil fará 331 concertos em 2009, a maioria em cidades distantes dos grandes centros urbanos. A apresentação em Mato Grosso do Sul será nesta quinta-feira, dia 20 de agosto, no Sesc Horto, às 19 horas, em Campo Grande. No repertório, clássicos prometem emocionar o público ao serem interpretados ao som do violão.



De acordo com o assessor técnico de música do Sesc, Gilberto Figueiredo, a intenção do Sonora Brasil é possibilitar a uma grande parcela da população o contato com a qualidade e a diversidade da música brasileira e contribuir, desta forma, para as ações desenvolvidas pelo SESC que visam à formação de platéia. “O projeto Sonora Brasil busca despertar no público um olhar crítico e novos hábitos de apreciação musical. Suas apresentações têm caráter essencialmente acústico, que valorizam a pureza do som e a qualidade das obras e de seus intérpretes. Para os músicos, propicia uma experiência ímpar, colocando-os em condição privilegiada para a difusão de seus trabalhos, com conseqüente estímulo à suas carreiras”, disse.



Em sua 12 edição, além de Marcelo Fernandes e Henrique Annes de Pernambuco foram selecionados outros seis violinistas de diferentes estados do Brasil. São eles, Daniel Wolff (RS) e João Pedro Borges (MA); Salomão Habib (PA) e Fabrício Mattos (PR); Aluísio Laurindo Jr. (AP) e Nicolas de Souza Barros (RJ).



A apresentação em Campo Grande acontece nesta quinta-feira, dia 20 de agosto, no Sesc Horto. Para mais informações sobre horário e valores, basta ligar no Sesc Horto no 3321-3181.



Marcelo Fernandes

Bacharel em Violão e Mestre em Artes pela Universidade de São Paulo, Marcelo Fernandes tem entre seus mestres Edelton Gloeden e Edna Baldassi. Estudou também com Abel Carlevaro, de quem foi discípulo durante temporadas na cidade de Montevidéu, Uruguai. Participou de diversos cursos nacionais e internacionais, tais como: XLI Curso Universitário Internacional de Música em Compostela (Espanha), Festival Internacional de Guitarra de Córdoba (Espanha) e XXIV e XXX Festival de Inverno de Campos do Jordão, entre outros.



Venceu os seguintes concursos de interpretação instrumental: X Concurso Nascente USP - Abril (SP, 2000); I Concurso Internacional Violão Intercâmbio (SP, 1999); XVII Concurso Latino – Americano de Violão Rosa Mística (PR, 1998); II Concurso Nacional de Violão Musicalis (SP, 1998) e I Concurso MOAD (Campos do Jordão, 1999).



Há mais de dez anos, empreende carreira internacional, tendo realizado recitais e masterclasses em teatros, conservatórios e universidades na Espanha, França, Suíça, Portugal, Colômbia e Chile, dos quais destacam-se: Universidad de Los Andes – Colômbia; Conservatório do Porto – Portugal; IV Ciclo Internacional de Guitarra de Albacete – Espanha; e Universidade de Rennes - França. Apresenta-se com frequência em importantes salas de concerto brasileiras, como Auditório do MASP, Centro Cultural de São Paulo, Centro Cultural Fiesp, Teatro Glauce Rocha. Tem intensa atividade como docente e recitalista dentro de festivais e concursos de violão brasileiros.



De 1993 a 2004 foi professor do Conservatório Musical Villa Lobos da Fito, em Osasco - SP, onde idealizou e coordenou o I Fivo – Festival Internacional de Violão em Osasco e foi responsável pela produção de mais de uma centena de concertos. Em dezembro de 2004 apresentou-se no Memorial da América Latina ao lado do violonista e compositor Toquinho, regendo a camerata dos internos da FEBEM - Projeto Guri.



Recentemente lançou seu primeiro disco solo, Música Latino-americana para Violão, que flerta com a música regional do Estado de Mato Grosso do Sul. O repertório apresenta um breve panorama de obras latino-americanas, todas de forte inspiração folclórica, e obras originais para violão compostas por autores brasileiros. Como pontos de articulação entre o repertório brasileiro e o latino-americano foram elaborados quatro arranjos de canções conhecidas na região: Mercedita, Quilômetro Onze, Comitiva Esperança e Fala Coxim.



Atualmente Marcelo Fernandes é doutorando em musicologia junto ao Departamento de Música da Universidade de São Paulo e docente efetivo da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, tendo coordenado o Curso de Graduação em Música da Instituição de 2005 a 2007.



Henrique Annes

Nascido em 25 de julho de 1946, em Recife, Henrique Anner foi testemunha e agente histórico da tradição violonística de Pernambuco. Iniciou sua prática aos dez anos de idade, quando recebeu do pai um cavaquinho. Aprendeu sozinho a tocar o instrumento, dando sinais de uma habilidade natural, somada a um ouvido apreciativo, característica de compositores associados a distintos meios de produção musical.



Em continuidade à sua habilidade nata, aprendeu a tocar violão, desta vez com a ajuda de amigos violonistas. Aos 14 anos já tocava um repertório onde figuravam Dilermando Reis, João Pernambuco e a maioria dos compositores contemplados neste programa. Quase todos faziam parte do rol de amigos-professores violonistas. Nos anos de 1960, trabalhou em programas de rádio ao lado de Canhoto da Paraíba, Romualdo Miranda e José do Carmo.



Sua formação acadêmica teve início no Conservatório Pernambucano de Música, onde estudou com os professores Amaro Siqueira, Severino Revoredo e José Domingues Carrión, este último uma figura de valor inestimável para uma geração referencial de violonistas da região. Sempre em busca de maior aprimoramento técnico, em 1978 foi estudar na Universidade da Geórgia com John Sutherland, que foi aluno de Andrés Segóvia. Possui Licenciatura Plena em Música e Bacharelado em Violão pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.



A partir de 1968, foi professor de violão do Conservatório Pernambucano de Música durante 37 anos. Participou da Orquestra Armorial, dirigida por Clóvis Pereira, da Orquestra de Cordas Dedilhadas, fundada por Cussy de Almeida, e em 1985 fundou a Oficina de Cordas de Pernambuco. Em 1979 e 1980 fez turnê pelo Sul da Geórgia e outras cidades norte-americanas como Miami, New Orleans, Boston e Dakota do Sul. Como instrumentista e compositor desenvolveu estilo próprio, à luz de seus mestres como fonte de inspiração.


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