Uma raça única de equinos, que se adaptou como nenhuma outra ao ambiente quente e úmido e às longas distâncias da planície pantaneira. O cavalo pantaneiro tem sua origem dos cavalos Ibéricos trazidos ao Brasil na época da colonização.
Os animais introduzidos na região multiplicaram-se e formaram uma raça muito bem adaptada às condições ecológicas do Pantanal. Isto foi fruto da ação da seleção natural durante centenas de anos. Desde a implantação de fazendas no Pantanal, o cavalo pantaneiro tem sido importante para a lida do gado e como meio de locomoção para os habitantes da região.
Apesar das suas qualidades, a raça quase chegou à extinção devido a fatores como doenças e cruzamentos indiscriminados com outras raças. O trabalho feito por instituições como a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Pantaneiro (ABCCP), criada em 1972, evitou a extinção da raça, que hoje se encontra em estado vulnerável, o que ainda necessita de programas específicos para a sua conservação.
Um dos principais motivos para a conservação do cavalo pantaneiro é o seu valor genético. Adaptada de maneira singular às condições do Pantanal, a raça apresenta hoje uma grande utilidade no manejo do gado de corte, principal atividade econômica da região.
Valorização
A pesquisadora especialista em produção e manejo animal, Sandra Santos, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, revela que o homem do campo do Pantanal reconhece hoje o grande valor do cavalo pantaneiro na lida do gado. “Ele faz questão que a raça seja preservada com suas características rústicas de força e agilidade para o trabalho de campo. A beleza para exposições não é a qualidade mais valorizada por eles”, explica.
Outra qualidade da raça que tem sido muito valorizada pelos criadores é a agilidade para provas equestres, como enduro e rédeas, com exemplares pantaneiros bem colocados em competições nacionais. “Se com um número ainda pequeno de animais já conseguimos essa qualidade, num futuro próximo, com mais criadores e animais, isso será ainda melhor”.
Nos quatro leilões anuais especializados da raça – Campo Grande e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e Poconé e Cuiabá, no Mato Grosso, os preços alcançados por alguns exemplares têm batido recordes históricos. No leilão deste ano em Cuiabá, em julho, a égua Herança e o cavalo Debochado, astros da abertura da novela ‘Paraíso’ da Rede Globo, foram arrematados por R$ 148 mil e R$ 64 mil, respectivamente. Os preços crescentes mostram um mercado promissor e grandes chances de conservação para a raça.
Divulgação de acontecimentos culturais, na cidade de Campo Grande MS, e Estado, shows,teatro,cinemas.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Cavalo pantaneiro: patrimônio genético, cultural e econômico
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