terça-feira, 11 de agosto de 2009

FCMS leva o projeto Rotacine Especial à região de fronteira

O governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), leva o projeto RotaCine Especial ao interior do Estado. Numa parceria com o teatral Grupo de Risco, o Rotacine visita Tacurú nesta quinta-feira (13), com a primeira etapa do projeto “De mão em mão” que prevê exibições, debates e distribuição de material didático sobre a erva-ate em escolas do Estado. A iniciativa passa também por Caarapó no dia 14 e Dois Irmãos do Buriti nos dias 19 e 20 e vai difundir a cultura audiovisual em distritos, assentamentos e aldeias indígenas. Em Tacuru, a primeira exibição acontece às 14h, na Escola Municipal Indígena Ubaldo Arandu Kwe-Mi.

Escolas públicas e particulares de Mato Grosso do Sul irão discutir o ciclo da erva-mate através do projeto “De mão em mão – a cultura do mate e tereré em MS”, que vai promover debates e distribuir materiais didáticos. Um DVD será distribuído com diversos conteúdos, entre eles o documentário Caá – A força da erva, produzido em 2004, com o apoio do Fundo de Investimentos Culturais (FIC-MS). O material vai auxiliar o professor em sala de aula. Nos extras constam fotografias do acervo da Companhia Mate Laranjeira, entrevistas com historiadores e ervateiros e uma reportagem sobre o hábito de se tomar tereré.

O projeto “De mão em mão” foi desenvolvido pelo Teatral Grupo de Risco, que recebeu o investimento do Prêmio Culturas Populares 2008, do Ministério da Cultura, para a distribuição de 300 cópias do DVD, para escolas, universidades, bibliotecas, assentamentos e aldeias indígenas. Ele conta com o apoio da FCMS que vai dar acesso ao público dos municípios da região de fronteira, à produção audiovisual. “Possibilitar a locais que não tem sala de exibição o acesso à linguagem cinematográfica é um dos objetivos da Fundação de Cultura, que também tem a intenção de formar platéia para essa forma de expressão”, destacou o presidente da FCMS, Américo Calheiros.

A CULTURA DO MATE

As rodas de tereré são vistas em todas cidades de Mato Grosso do Sul e talvez seja a expressão mais autêntica de suas origens e de seu modo de vida. Um costume que se confunde com a história do Estado. A erva-mate foi responsável pelo primeiro ciclo econômico do sul do antigo Mato Grosso e pela ocupação da área de fronteira entre Brasil e Paraguai. Fez surgir diversas cidades, como Ponta Porá, Porto Murtinho, Bela Vista, Itaporã, Dourados, Rio Brilhante, Aral Moreira, Naviraí, Itaquiraí, Tacuru, Caracol, Jateí, Caarapó, Amambai, Iguatemi e Ivinhema.

A tradição, que surgiu entre as populações pré-colombianas, é um símbolo de fraternidade. A folha do mate usada na bebida é extraída de uma árvore nativa encontrada no Paraguai, Uruguai, parte da Argentina e Brasil (nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

O consumo do mate resiste às mudanças sociais e mesmo na correria da vida moderna, os indivíduos encontram tempo para compartilhar uns momentos de seu dia-a-dia. Sentadas em círculos, estreitam seus laços nos contatos diários. O convívio social é facilitado pelo uso comum da bebida, que gera lealdade e franqueza, cultivadas em torno da chaleira de água quente ou da garrafa com água gelada. Com suas tendências pacifistas, se torna uma espécie de ”cachimbo da paz”, pois na roda de mate todos se irmanam.

O Teatral Grupo de Risco começou a pesquisa sobre o ciclo da erva mate em Mato Grosso do Sul em 2002, para a montagem do espetáculo de teatro MBUREO- A SAGA DOS ERVAIS, com grande repercussão o Estado. Em 2004, o grupo lança o documentário CAÁ –A FORÇA DA ERVA popularizando o tema, até então desconhecido pela maioria da população. O filme virou referência nos estudos históricos e culturais, sendo usado pelos professores de história como material didático em sala de aula.

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