Há 40 anos na estrada, Renato Teixeira lançou em 2007 seu novo CD ao vivo, gravou seu primeiro DVD e fez nesses trabalhos uma retrospectiva da carreira em que evidencia sua vocação para contar histórias. O resultado dessa rica produção musical poderá ser visto pelo público do Festival América do Sul hoje (2), noite de encerramento do evento. O músico faz o show do Palco das Américas, às 21h30
Algo importante para entender a sonoridade de Renato Teixeira é o conceito folk. Vindo do folk talk, a definição vem da palavra “povo” e do significado de “folclore”, ou seja, histórias que representam um determinado grupo, ou, um povo - e que mexem com os nossos sentimentos mais profundos. Bod Dylan, Woody Guthrie, Pete Seeger, Leon Gieco e tantos outros nomes representam o folk internacional.
Aqui no Brasil, embora não seja tão costumeira a definição, também temos diversos nomes do estilo. Renato Teixeira e Almir Sater são alguns dos que podem ser citados com destaque. A música de Renato Teixeira, portanto, não se trata de música raiz, nem de música regional ou caipira. Essas influências existem sim, mas se colocam na base histórica.
Renato Teixeira faz parte de um grupo de músicos de que todos já ouviram muito. Em sua história estão composições que se eternizaram não apenas na própria voz, mas em outras grandes vozes do cenário musical brasileiro.
O primeiro registro em DVD da carreira do reconhecido músico e compositor do folk nacional tem participações especiais de Pena Branca, Joanna, Chitãozinho e Xororó e Leon Gieco. Nesse trabalho, estão reunidas 20 canções que se consagraram ao longo desses anos. Em CD são 14 faixas. Clássicos como “Um violeiro toca”; “Amanheceu, peguei a viola”; “Frete”; “Tocando em frente”, “Amora” e ‘Romaria” ganharam ainda mais visibilidade, além de participações especiais. As mais recentes como Êta mundo bão, Encostada na varanda, de seu filho João Lavraz, e Curvelo, de Chico Teixeira, dão o ar de novidade.
O que Renato Teixeira projeta em seu trabalho é a uma leitura que agrega valores contemporâneos e, assim, se credencia a dar sequência ao gênero música caipira que se concretizou na primeira metade do século XX, até completar seu ciclo no final dos anos 60.
Uma prova disso é a participação de Pena Branca, amigo de velhos anos. Poesia e romantismo estão presentes na participação de Joanna em “Recado”. “Frete” traz a rotina de quem vive na estrada e a identificação de milhares de brasileiros que viajam pelo Brasil conhecendo pessoas, amores, dissabores, frustrações e conquistas.
No trabalho ao vivo, o merecido convite feito a Chitãozinho & Xororó, que com o músico da dupla, Adilson Pasqualini, fizeram uma apresentação memorável com arranjos e divisões de vozes singulares. Leon Gieco, um dos maiores nomes da música Argentina, veio especialmente ao Brasil para dividir com Renato o sucesso como “La cigarra”, consagrada na voz de Mercedez Soza. No palco, Leon Gieco, Renato Teixeira, Joanna, Chitãozinho & Xororó e Pena Branca cantaram a emocionante “Romaria”.
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