quinta-feira, 19 de junho de 2008

Projeto "geometria comestível" em escola pública da Capital

Pegue uma medida de farinha de trigo, margarina, ovos, leite e
fermento, misture e o resultado será uma aula de "geometria
comestível".

Os ingredientes comuns em qualquer receita de bolo se transformaram em
ferramentas didáticas para aulas de matemática. A iniciativa é da
professora da disciplina Roseli Aparecida Dutra Mesrala.

A idéia envolveu cerca de 300 alunos do 6º ao 9º ano da escola
estadual professor Silvio Oliveira dos Santos, no bairro Aero Rancho,
região sul de Campo Grande.Os alunos foram divididos em grupos
formados por quatro integrantes que participaram de uma gincana no
pátio.

A atividade ocorreu em duas etapas: a primeira delas consistiu em um
jogo de perguntas e respostas relacionadas ao aprendizado da
geometria. Na segunda fase do projeto, a professora utilizou o jogo
milenar Chinês Tangram, um conjunto de sete figuras geométricas: cinco
triângulos, um quadrado e um paralelogramo, que combinadas formam
diversas figuras.

Cada um dos alunos recebeu uma figura diferente e ficou encarregado de
confeccionar em casa um bolo que reproduzisse a imagem formada pelas
peças do jogo.

Após a elaboração da figura os alunos se reuniram no pátio da escola
para uma avaliação. A professora conferiu a fidelidade na reprodução
de cada um dos bolos em relação à imagem.

Cada aluno respondeu ainda questões relacionadas às aulas teóricas em
sala de aula. Eles tiveram que calcular a área e o perímetro das
figuras formadas pelos bolos. Depois da avaliação os alunos fizeram a
festa trocando os pedaços e saboreando as guloseimas em formas
geométricas.

Criatividade
Há oito anos na escola a professora Roseli, explica que a idéia surgiu
no ano passado. Ela avalia que a atividade fora da sala de aula é uma
forma de facilitar o aprendizado da geometria e da matemática. "A
gincana torna a matemática mais atrativa aos alunos e ajuda a
desmistificar os cálculos que envolvem a geometria", diz.

A participação dos pais é outro fator destacado pela professora. "Os
pais participam a medida que ajudam na elaboração do bolo em casa, o
que ajuda na interação familiar com a escola", avalia.

A pequena Júlia Silva, de 12 anos do 7ºB, concorda com a professora.
Ela conta que a mãe ajudou a separar os ingredientes para o bolo.
"Minha mãe me disse como fazer e me ajudou a montar as figuras",
contou entusiasmada com o resultado obtido.

O compenetrado Daniel Oliveira, 11, da sala do 6ºD, conta que o maior
desafio foi gravar como calcular a área da figura do Tangram, formada
pelo bolo. "O bolo minha mãe ajudou a fazer, mas eu tive que estudar
bastante para conseguir descobrir como fazer os cálculos que a
professora pediu", disse.

A gincana da "geometria comestível" contou com participação de todo o
corpo docente da escola. A próxima deve acontecer após as férias
escolares.

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