segunda-feira, 13 de julho de 2009

FCMS inaugura exposições “Arqueologia Urbana” e “Video-Arte”

A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), nesta quinta-feira (16), inaugura as exposições “Arqueologia Urbana”, da fotógrafa paulista Ana Niski Zveibil e “Video-Arte”, do artista alagoano, Felipe Barros, na Grande Galeria do Memorial da Cultura e da Cidadania. As mostras integram o projeto Território Ocupado, destinado a artistas que ao longo do tempo legitimaram suas práticas na pintura, desenho, gravura e outras atividades nas artes plásticas, e permanecem para visitação até 14 de agosto, de segunda a sexta das 8h às 17h30.

Ana Niski Zveibil

O cotidiano urbano é um dos maiores desafios ao olhar dos artistas plásticos contemporâneos. Desde o atento sentir de Edgar Allan Poe, sobre o homem perdido na multidão e autônomo em sua anônima caminhada, uma das grandes questões é entender a miríade arquitetônica em que a cidade coloca o ser humano.

Ana Niski Zveibil oferece a sua resposta artística por meio da construção de painéis de fotos em que se evidencia a existência de uma cidade que parece se multiplicar imageticamente. Há possibilidades infinitas de fragmentação e de reconstituição do próprio ato de enxergar aquilo que cerca as pessoas em termos de estímulo visual.

O prédio deslocado ou colocado em ondas de ampla movimentação e sinuosidade aponta para uma mesma problemática: a necessidade de reaprender a sentir o que está ao redor. Mergulhado na cidade, seja ela São Paulo, Nova York ou Berlim, o indivíduo perde até a capacidade de saber onde está.

A arte recoloca essa dificuldade. Nascida em São Paulo, em 8 de dezembro de 1960, Ana Niski Zveibil oferta, pela linguagem da fotografia, um conteúdo que indaga sobre o sentido dos conglomerados urbanos como autênticos quebra-cabeças em que linhas, planos e cores, perdem o significado ao serem montados em novas perspectivas.

Os sentidos rígidos que desaparecem, permitem pelos artifícios da mente humana, se valer de recursos artísticos, gerar um ganho, onipresente nos multifacetados conjuntos em que a ruptura da racionalidade visual é feita mantendo-se a lógica caótica da metrópole como a instauração de um mistério: o do olhar.

Felipe Barros

Nos últimos anos, a pesquisa de Felipe Barros em arte vem se constituindo a partir da utilização do vídeo, inter-relacionado pelo recurso computacional. O que o interessa são as possíveis repetições e diferenças, suas transformações no trânsito que envolve desde a captação na câmera de vídeo, o congelamento dos quadros da imagem na timeline, a manipulação do tempo seja para acelerá-lo ou retardá-lo, buscando imagens e sons que só podem existir através da técnica de edição do vídeo.

Outro aspecto importante de sua pesquisa é a observação das relações que o ser humano estabelece com a imagem gravada, como importante ferramentas para a compreensão do tempo, da identidade e da memória.

O trabalho de Felipe Barros se configura no trânsito que faz entre os meios utilizando fotografias, velhos filmes em super 8, depoimentos de pessoas contando suas memórias particulares e intervenções no meio que possam mostrar o processo de transformação das matérias utilizadas, como gelo e parafina. Segundo ele, experimenta o acaso, o imprevisto, enquanto explora as relações entre fluidez e imobilidade, buscando novas possibilidades de contemplação do invisível e imperceptível no fluxo de imagens capturadas. O artista, desde 2006, tem intensificado o uso de elementos orgânicos, para tratar do tempo e da memória.

Encontro Marcado

Além da exposição,no dia 16 de julho, no Museu da Imagem e do Som (MIS), às 18h30, acontece o \"Encontro Marcado\", um bate-papo com os artistas que participam das exposições. A entrada é franca.




O Memorial da Cultura e da Cidadania e o MIS ficam na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559. Mais informações no Núcleo de Artes Visuais da FCMS, no telefone 3316-9170.

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