terça-feira, 29 de julho de 2008

Filhos dos livres e Zé Ramalho se apresentam no dia 3 na Capital.

A república dos livres pensamentos do "Filho dos Livres", com poesia, rock'n'roll, Pantanal, paixão, natureza e liberdade - abrirá, às 17h30 deste domingo (3), os shows do MS Canta Brasil, que terá ao palco o artista paraibano Zé Ramalho. O espetáculo promovido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação Cultura, é realizado no Parque das Nações Indígenas, em frente ao lago, com entrada gratuita. Na última edição, realizada dia 6 de julho, Geraldo Espínola e Nando Reis atraíram ao parque 60 mil pessoas, recorde que o artista nordestino esperar superar neste domingo.

Abrirá a noite os campo-grandenses do "Filho dos Livres", que pretendem levar ao palco seus maiores sucessos, incluindo o terceiro CD do grupo - "República dos Livres Pensamentos" - trabalho que apresenta 18 faixas inéditas, com inúmeras referências. Contudo, como afirma o duo - Guga Borba (violão, viola e voz) e Guilherme Cruz (guitarras, viola, violão de 12 e voz), o novo projeto é "absolutamente original, autêntico e maduro", descrevem. Eles lembram que o show também terá os sucessos dos outros dois trabalhos, onde os parceiros musicais de mais de 14 anos concretizaram o sonho de fazer "música livre, com sonoridades e letras próprias".

Entre os momentos inesquecíveis do Filho dos Livres estão: Festival de Inverno de Bonito (2004); Festival América do Sul (2006), em Corumbá; quatro dias consecutivos - em setembro de 2006 - em primeiro lugar na página do portal terra mp3; e shows que foram recorde de público na Concha Acústica Helena Meirelles, no aniversário da divisão do Mato Grosso do Sul em outubro de 2005, e no projeto Estação Cultura 2006, transmitido ao vivo para todo o Estado através da TVE.

Encerrando a noite, entrará no palco o "Profeta do Sertão", Zé Ramalho, paraibano de Brejo da Cruz nascido em 3 de outubro de 1949, que apresentará ao público o show do seu último CD, "Parceria dos viajantes", lançado em abril do ano passado e que marca 30 anos de seu primeiro disco.

Com sonoridade "pop+mpb", o projeto trás parcerias com diversos amigos, dentre eles Daniela Mercury, Banda Calipso, Paulo Ricardo, Pitty, Zélia Duncan, provando que Zé Ramalho não pára de se reinventar e renovar as conexões musicais, com parceiros que são, muitas vezes, admiradores. O disco foi indicado a melhor disco de MPB no Grammy Latino.

Dentre as canções do mais recente CD estão: O rei do rock, A nave interior, Montarias sensuais, O norte do norte, Do muito e do pouco, Procurando a estrela, Farol dos mundos, Pássaros noturnos, Chamando o silêncio, Porta de luz e As aparências enganam.

No show, Zé Ramalho também deve tocar alguns de seus grandes sucessos que foram recentemente lançados no álbum duplo "Zé Ramalho da Paraíba", onde o cantor sentencia: "Eu sou todos nós", verso da música Falido Transatlântico, canção que integra o trabalho do selo Discobertas, aberto pelo produtor e pesquisador musical Marcelo Fróes para editar relíquias do baú da MPB.

Neste projeto dedicado a Ramalho, estão eternizados 23 números de cinco shows feitos pelo artista - entre 1973 e 1977 - na Paraíba e no Rio de Janeiro. Falido Transatlântico é número extraído do show Um Dia Antes da Vida, apresentado por Ramalho em 1976. Seu verso "Eu Sou Todos Nós" seria reaproveitado pelo cantor no título do álbum que lançou em 1998, exemplificando a firme coerência que pauta a discografia do compositor.

O álbum também revela Ramalho mais imerso no rock (como comprovam os arranjos de músicas como Brejo do Cruz, Puxa Puxa e da versão original de Táxi Lunar) e no blues (Jacarepaguá Blues) sem enterrar de todo sua raiz nordestina, que salta em músicas como Autor da Natureza. Atlântida ilustra a fase hippie de Ramalho. No show seguinte, Um Dia Antes da Vida, já são mais perceptíveis em números como A Árvore e O Astronauta (de apropriado clima viajante...) o misticismo filosófico-apocalíptico que iria nortear sua obra e o transformaria num Profeta do Sertão.

O MS Canta Brasil conta com patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Fundação Manoel de Barros (FMB) e da Uniderp FM.

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