Clássicos do cinema brasileiro e documentários das décadas de 20, 50, 60 e 80 vão compor a mostra "Cinema Retratando o Brasil" que será exibida a partir desta terça-feira (29) no projeto Cine Brasil. O projeto promovido pela Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul (FCMS), disponibiliza ao público filmes e vídeos em formato de curta e longa-metragem, gratuitamente, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, sempre em duas sessões diárias: às 12h30 e 18h30, entre os dias 29 de julho e 1º de agosto.
Abrindo as atrações da semana, na terça-feira (29), o Cine Brasil terá "uma sessão de cinema dos anos 20", com a exibição do documentário "Batismo de Carmencita", produção paulista de 1921 com duração de 1'30''. Em preto e branco e classificação livre, a obra elaborada pela "São Paulo Natural Film e Rossi e Cia.", faz um retrato da sociedade paulistada na época áurea de sua economia cafeeira. O filme, uma espécie de "telejornal social", registra a cerimônia de batismo do bebê Carmencita, futura senhora Jullien. Estão presentes, em trajes típicos de época o padre, familiares e padrinhos.
Também será exibida nesta primeira sessão, a ficção paulista de 1919, "Exemplo Regenerador", com duração de 7'. Também em preto e branco, classificação livre, o filme tem no elenco Lucia Laes, Waldemar Moreno, José Guedes de Castro e Carlos Ferreira. A trama conta a história de um marido farrista que deixa a esposa só em casa no dia do aniversário de casamento. O criado da família, condoído com a tristeza da esposa, imagina um plano para ajudá-la a reconquistar o marido. A película trás filmagens na Avenida Paulista, em frente ao Trianon e Parque Siqueira Campos.
Outra obra, também da Rossi, é "Atualidades nº 126", com duração de 4'28''. Embora tradicionalmente os documentários realizados neste período abordassem diversos assuntos, apenas um tema foi preservado até os dias de hoje. Trata-se de uma reportagem sobre um grupo de senhoras paulistas que tomaram parte em "um sarau no Paço de São Cristóvão". Mesmo com a degradação imposta pelo tempo, o filme constituindo-se como documento privilegiado para a análise da sociedade brasileira e das auto-representações da elite local.
Encerrando esta primeira mostra, será exibido "Fragmentos da Vida", ficção paulista com duração de 30' e produzida em 1929. Com direção de José Medina e produzido pela Rossi Film e Medifer, a obra tem no elenco Carlos Ferreira, Alfredo Roussy, Áurea de Aremar e Medina Filho. A película conta a história de uma São Paulo que "cresce desafiando as nuvens, levando nessa ânsia incontida o suor de operários humildes". Na trama, um trabalhador cai de um andaime e, à beira da morte, pede para o filho trilhar o caminho da "honestidade, do trabalho e da honradez". O filho, porém, prefere tornar-se um vagabundo e tudo faz para ser preso a fim de sobreviver.
Na quarta-feira (30), será a vez da sessão de cinema nos anos 50, que exibirá "Canções Polpulares: "Chuá... Chuá..." e "A Casinha Pequenina", produzidas no Rio de Janeiro em 1948. Em preto e branco, o documentário tem duração de 7'. A obra foi produzida pelo INCE (Instituto Nacional de Cinema Educativo), retratando aspectos da natureza inspirados nas canções populares "Chuá... Chuá..." e "A Casinha Pequenina".
Também será exibido, da mesma série "Canções Populares: "Azulão" e "O Pinhal", de 1948, com duração de 8', onde as canções: "Azulão" (Jayme Ovalle e Manoel Bandeira), "O Pinhal" (Armando Percival e Maria da Cunha), foram arranjadas pelo maestro Aldo Taranto.
Na lista dos filmes do dia, estarão incluídos os documentários de costumes "Aboio e Cantiga", de 1954, com duração de 10', "Manhã na Roça – O Carro de Bois de 1956, "Engenhos e Usinas – Música Folclórica Brasileira, gravado em 1955", Cantos de Trabalho – Música Folclórica Brasileira, também de 1955 e "Meus Oito Anos" de 1956.
Na quinta-feira (31), a exibição será de uma sessão de cinema dos anos 60, que será aberta com "Bebel, Garota Propaganda", de 1967. A ficção paulista de 103', tem direção e roteiro de Maurice Capovilla. Baseado na novela "Bebel que a Cidade Comeu" de Ignácio de Loyola Brandão, o filme retrata uma garota de bairro pobre de São Paulo que procura a fama na publicidade e na televisão por meio de ligações amorosas com um jornalista, um ricaço, um produtor de TV e um publicitário.
Sexta-feira (1) será a sessão "Memórias da Boca-do-Lixo" que exibirá o documentário "Boca Aberta", produção paulista de 1984 e duração de 20'. Com classificação de 16 anos, o filme dirigido por Rubens Xavier, retrata a rotina de atores e produtores ligados a produções de filmes de apelo mais popular e que foram responsáveis pela produção das comédias das décadas de 60 e 70. Entre os protagonistas da cinematografia ligada à "Boca-do-lixo", estão Odi Fraga, realizador que dirigiu inúmeros longas, muitos deles sobre a temática do sexo explicito. Outro personagem é Ozualdo Candeias, com uma filmografia mais autoral, e Toni Vieira, que dirigiu mais de 20 filmes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário