sábado, 12 de julho de 2008

Domingo tem chamamé gratis no Som da Concha

O chamamé, ritmo ternário nascido na região onde hoje estão as fronteiras entre o Paraguai e a Argentina, e que no Brasil teve nas composições de Zé Corrêa o pioneirismo que influenciou e influencia inúmeros artistas do Estado, será reverenciado domingo (13), às 18 horas, no projeto Som da Concha, idealizado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). O show contará com a cantora e compositora Janaynna Targino e o cantor - produtor rural e pesquisador da obra de Corrêa - Marcio Barbosa. O espetáculo será realizado na Concha Acústica Helena Meirelles, localizada na Rua Antônio Maria Coelho, 6000 - Parque das Nações Indígenas. A entrada é franca.

A cantora e compositora Janaynna Targino, que abrirá o Som da Concha, conta que o ritmo, em sua carreira, representou tudo. Com o primeiro trabalho gravado ainda em fita cassete, aos nove anos de idade, a cantora lembra que passou a ser reconhecida regionalmente como a "menina chamamezeira". "Foi meu começo e minha base, não só para a cantora, foi daí que surgiu o que tenho hoje", emociona-se.

Contudo, a compositora lembra que o chamamé ainda não conquistou nacionalmente o reconhecimento e a distinção que tem obtido regionalmente. "Claro que nossas músicas hoje vão além de nossas fronteiras. Entretanto, muitas pessoas ainda não conhecem o chamamé, embora grandes duplas nacionais como Chitãozinho e Xororó tenham gravado. Muitos ainda o confundem com o ritmo do rasqueado e não sabem que o chamamé nasceu desta mistura nas fronteiras", pontua.



Quanto à apresentação de domingo, Janaynna revela que o chamamé será o fio condutor e promete não deixar o público parado. Ela adiantou, também, que em setembro fará a gravação de seu primeiro DVD, onde o sertanejo universitário ganhará espaço. "Teremos neste projeto uma nova fase, mas sempre com a gaita e o violão do nosso chamamé", destaca.



Encerrando o show, Marcio Barbosa pretende esquentar a noite com grandes sucessos de Zé Corrêa, e também aguçar a curiosidade dos fãs da música regional, revelando detalhes dos bastidores das gravações e composições de um dos maiores compositores sul-mato-grossenses. O pesquisador, que é genro de Zé Corrêa, tem trabalhado há dez anos na obra do artista e deve lançar em 2009 a biografia do "Rei do Chamamé", como ficou conhecido o compositor.



"Zé Corrêa não era somente um grande vendedor de discos regionais, ele era a grande expoente da música do Estado e colocou o chamamé como carro chefe da nossa cultura na década de 60", revela, lembrando que o artista tinha sucesso com música instrumental, sem cantar.



Desde menino tendo contato com o ritmo, Márcio Barbosa decidiu nos últimos anos chamar os amigos e tocar as músicas que mais gosta de ouvir. Ao violão e voz, Márcio terá a companhia de Nilsinho no acordeon, Eraldo no violão e Marinho no contrabaixo. "Será como se estivéssemos tocando em uma varanda de fazenda, tocando e contando histórias, principalmente de como o ritmo evoluiu desde Zé Corrêa até os dias de hoje", conclui.

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