Voltado à recuperação, valorização e sustentabilidade do artesanato em Ponta Porã (MS), o Núcleo de Artesanato "Arte de Ponta" promete mostrar aos sul-mato-grossenses a partir desta quarta-feira (16), na Casa do Artesão, que os trabalhos da fronteira têm identidade própria, força e muita beleza. Realizada pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, a mostra estará aberta ao público gratuitamente até o dia 15 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e aos sábados, das 8 às 12 horas, na Avenida Calógeras, 2.050, Centro.
Segundo a coordenadora do projeto, Mary Saldanha, ao valorizar a cultura fronteiriça, também oferecendo nova opção de renda aos moradores do município, o "Arte de Ponta", idealizado pelo executivo do município em 2006 e voltado ao resgate de técnicas regionais de tecelagem, bordado nhanduti e cestaria, já contabiliza nestes quase três anos a formação de 240 artesãos e exposições em feiras locais, regionais e até nacionais.
"Buscamos mesclar as culturas existentes na fronteira, dando uma cara para nossa produção, o que já dá para diferenciar no trabalho do município, sem esquecer o foco da geração de renda, mas mesclando a recuperação cultural e o resgate deste universo que muitas vezes se perdeu", explica Mary.
O "Arte de Ponta", revela Mary, em 2007, deu seu primeiro passo rumo a profissionalização através de um processo de seleção para encontrar os melhores trabalhos. Procurou-se, desde então, fomentar a produção comercial destes artesãos do núcleo que irão expor na Casa do Artesão. Estarão presentes obras de 12 tecelãos, 8 bordadeiras de nhaduti e de 10 em cestaria.
Dentre os trabalhos, Mary acredita que o grande diferencial está presente nas obras que procuram associar todas as técnicas resgatadas. Destas peças, Mary aponta a tecelagem unida ao nhaduti, que está presente nos jogos americanos e caminhos de mesa.
"O principal objetivo deste projeto foi o resgate cultural para dar identidade a produção do município e a preservação desta cultura, além de oferecer uma melhor capacitação aos artesãos, o que abriu estas novas possibilidades, ampliando o universo criativo e proporcionando a descoberta de novas técnicas", justifica.
Desafios – Expor em Campo Grande pela primeira vez com uma mostra exclusiva é apenas um dos desafios superados pelo projeto. Mary conta que embora o núcleo conte com um espaço para comercialização de suas peças em Ponta Porã, ainda não foi possível inseri-las na lista de compras dos turistas que lotam ônibus e as lojas de produtos importados existentes na fronteira.
"O turista que visita a cidade procure apenas os produtos importados. Aos poucos, estamos dando uma nova referência, e o desafio será explorar este traid turístico. É um mercado que temos que conquistar, e estamos construindo este espaço, participando de feiras por todo o estado e em feiras nacionais, abrindo frentes para comercialização", adianta Mary.
Quanto a exposição na Capital, Mary acredita que já demonstra o reconhecimento de que Ponta Porã já tem o que mostrar e somar. "Agora é mostrar a cara de nossa cidade, com um trabalho que estamos construindo e difundindo, claro que não estamos bom bando ainda, mas já estamos despertando a curiosidade do público e o interessa dos decoradores e lojistas de todo o Estado", conclui.
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