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Cena do filme |
Como muitos filmes sobre a questão, esse conta a história de um sobrevivente. No caso, Adolf Burger (interpretado por August Diehl). Ele narra um esquema organizado pelos nazistas envolvendo Salomon Sorowitsch (Karl Markovics), um pintor bon vivant que, ao ser levado para o campo de concentração de Sachsenhausen, porta no uniforme não apenas a estrela de Davi amarela, que o identifica como judeu, como também um triangulo verde, que indica sua condição de criminoso.
O escritor Primo Levi, também sobrevivente de um campo de extermínio, disse em um de seus livros que "os piores, ou seja, os mais aptos, sobreviveram". E Sorowitsch se mostra um dos mais aptos na arte de sobreviver, usando suas habilidades com pinceis e tintas e se tornando uma espécie de pintor da SS, retratando oficiais e suas famílias. Por isso, ele ganha regalias e participa de um esquema especial montado pelos nazistas.
Com uma equipe, o protagonista falsifica dólares e libras que serão usados para desestabilizar os mercados dos Estados Unidos e da Inglaterra. Embora ele e seus companheiros da oficina de falsificação tenham alguns privilégios, a ameaça de morte também é constante, além da questão moral que enfrentam, pois, para salvar suas vidas, colaboram com os inimigos.
Curiosamente, o autor do livro, Adolf Burger, surge em Os Falsários como o personagem de moral do filme. Comunista, ele não pensa duas vezes antes de tentar sabotar o plano, colocando em risco a vida de Sorowitsch que, no fundo, parece ver todo o esquema de falsificação como mais um trabalho artístico, sem a implicação que envolve toda a operação.
Roteirizado e dirigido pelo austríaco Stefan Ruzowitzky, Os Falsários tem uma boa história, mas nem sempre bem contada. Muitas vezes, o filme se deixa levar por um tom excessivamente melodramático ou por uma falta de sutileza, deixando de ser tão envolvente como poderia ser.
Por outro lado, a presença de Markovics no papel principal ajuda a contornar alguns dos problemas do filme. Numa das cenas, o personagem diz que não dará aos nazistas a satisfação de o fazerem se sentir culpado por sobreviver. O personagem crê nisso com tanta convicção que não se sente culpado diante de todas suas concessões morais.
Reuters
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