domingo, 14 de junho de 2009

Gravadoras tentam diminuir pirataria de músicas na internet


Do G1, com informações do Jornal da Globo


O hábito de baixar músicas pela internet levou o mercado digital a crescer 80% no ano passado. O fenômeno faz com que artistas e gravadoras tentem ficar menos dependentes da venda de CDs , mas eles ainda se esforçam para reconquistar o público.


Vinte e sete anos de estrada e os Titãs estão com disco novo. “A nossa química ainda é boa e a gente consegue se reinventar”, diz Charles Gavin.


Este é o décimo sexto álbum da banda. Quando lançaram “Cabeça dinossauro”, nos anos 80, os Titãs venderam 400 mil cópias. Mas a realidade mudou. E o lançamento dos Titãs em 2005 não vendeu tanto. O álbum "A melhor banda dos últimos tempos da última semana" não passou das 200 mil cópias. Menos fãs? Nada disso. O mundo da música é que foi reinventado.


De 2004 a 2007, foram três anos de encolhimento da indústria fonográfica. Mas o CD resiste. No ano passado, houve crescimento de 6,5% nas vendas dos CDs e DVDs musicais.


Já o consumo de música em formatos digitais, como o popular mp3, deu um salto de praticamente 80%. A música digital representava 8% das vendas das gravadoras em 2007. No ano passado, passou a 12%.

Comércio ilegal

Para vender CDs e DVDs, as gravadoras também têm que enfrentar uma outra concorrência, essa ilegal. Nas esquinas, nas barracas dos camelôs, o trabalho dos artistas não vale quase nada. e, na internet, sai de graça nos sites de troca de conteúdo. Um nome bonito para o que não passa de pirataria digital.


"Como você vai convencer um jovem que está no computador a tirar um dinheiro e pagar - às vezes com um dinheiro que ele não tem - e abrir mão de um arquivo que alguém está oferecendo? Agora, a pirataria que é vendida na rua, isso eu sou radicamente contra e acho que o estado e o governo deviam tomar providências", afirma Gavin.


Em abril, na Suécia, os fundadores do Pirate Bay, um site de compartilhamento de arquivos, foram condenados a um ano de prisão e a multa de R$ 9 milhões.
Na França, o governo aprovou, no mês passado, a lei que autoriza o corte do acesso à internet de quem baixar filmes ou músicas piratas.


João Marcelo Bôscoli, dono da gravadora Trama, acha impossível proibir o hábito de uma geração inteira. Desde a caixa de música, passando pelo vinil até o mp3 o que mudou foi o objeto em que a música vem gravada. E, para ele, o que a indústria precisa mudar é o modelo de negócio.


“Música é uma coisa etérea. Ela é ar vibrando. Ela pode incorporar em diversas mídias. Quanto mais midia tiver, melhor. Eu sou fã. Compro todas. Se o Stevie Wonder lancar um disco em spray, eu compro”, declara Bôscoli.

Nenhum comentário: