sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Marco abre a 3ª Temporada de Exposições de 2008

O Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco) abre nova temporada de exposições na próxima terça-feira (9), às 19h30. São quatro exposições, uma coletiva e três individuais: "Era uma vez..." - pintura e instalação de Ana Ruas; "Impressões que re-im-pelem" - instalação de Helena Kanaan (RS); "Águas, bichos, matos: cores e texturas do Pantanal" - desenho e escultura de Carla de Cápua, e “Noites de Campo Grande” - fotografias de Alexis Prappas, Bruno Romero, Eder Rocha, Fábio Kanashiro, Marcelo Sakamoto, Silverton Aguena, Vicente Bacelar e Virgílio Sabino. Esta temporada vai até dia 23 de novembro.

"Impressões que re-im-pelem" é uma instalação composta por três séries (“Corpos–pele”, “livros de auto-ajuda” e “retratos”) de Helena Kanaan, que fazem parte de uma investigação que a artista do Rio Grande do Sul vem desenvolvendo há alguns anos com látex e litografia, e que se aprofunda agora nesta mostra junto a reflexões que Kanaan acompanha na pesquisa de doutorado no Instituto de Artes da UFRGS. “O instigante neste processo é o incessante movimento da forma. O látex inicialmente líquido se alastra, se escorrendo até seu momento de coagulação. A aguada litográfica, técnica que se faz pela repulsão entre gordura e água, só se acomoda em uma forma informe, depois de 24 horas. Tempo. Espera. Formas procurando suas formas. Momentos inquietantes de experiência corporal: braços, olhos, nariz, ouvidos, transbordam de novos sentidos a cada “pele arrancada” para ser um outro corpo, livro ou retrato”, comentou a artista sobre a exposição.

No dia seguinte à abertura, 10 de setembro, às 19 horas, a artista Helena Kanaan (RS) vai ministrar palestra “Impressões, Dessemelhanças e Subjetividade”. A entrada é gratuita.

Já “Águas, bichos, matos: cores e texturas do Pantanal”, de Carla de Cápua, propõe um mergulho no universo pantaneiro, temática que já é uma constante em sua produção artística, permeada por paisagens pantaneiras há mais de trinta anos. Na exposição no Marco, Carla de Cápua reúne suas últimas obras, que permitem entrever o trabalho desenvolvido nesta temática ao longo de três décadas. As esculturas e pinturas, de caráter realista, são construídas de modo a privilegiar os detalhes da natureza, como a pelagem dos animais e a transparência das águas. “Através desses detalhes, propõe-se uma visão simples, porém sensível de nosso meio. Uma visão que não se limita à obviedade do clichê, mas que o transcende pela concretude de seu realismo – busca-se retratar a natureza como ela realmente é”, explica a artista. “As onças aqui representadas não são feras heróicas, mas descansam encolhidas; os céus aqui pintados não estão em constante pôr-do-sol, mas amanhecem e se monocromatizam ao sol do meio-dia”. Nascida em SP, Carla de Cápua reside em Campo Grande desde 1982. Licenciada em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado, Carla de Cápua é doutora em Antropologia pela Université Paul Valléry, Montpellier III, França (2001), lecionando atualmente História da Arte e Escultura no Curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

“Era uma vez...” traz instalação e pinturas de Ana Ruas, formada em Artes Plásticas pela Universidade de Passo Fundo e idealizadora do projeto A Cor das Ruas, desenvolvido em Mato Grosso do Sul desde 2001. “Contar histórias talvez seja o que há de mais universal na relação entre os homens e desde sempre. Ao enunciarmos “Era uma vez...”, conduzimo-nos, e a quem nos ouve, para outro tempo, outro espaço, quando e onde tudo é possível. Criamos mitos, histórias narradas buscando a explicação de determinados acontecimentos por meio do exercício da imaginação”, comentou sobre a exposição a crítica de arte e professora da UFMS Maria Adélia Menegazzo.

Além das telas da artista, faz parte da exposição uma instalação feita com bonecas vestidas de princesas e um DVD com imagens de várias crianças contando histórias como as da Branca de Neve e da Cinderela. Ana Ruas estará à disposição para a visitação guiada com escolas previamente agendadas a partir do dia 10.

Por fim, a exposição coletiva “Noites de Campo Grande” traz obras do grupo fotográfico Amigos do Parque, formado por fotógrafos profissionais e também amadores, que exercem diversas profissões e ofícios sem vínculo com a fotografia e que foram, ao longo do tempo, integrando-se ao grupo. A principal inspiração é a beleza natural da cidade de Campo Grande, em especial o Parque das Nações Indígenas. “O que o fotoclube Amigos do Parque hoje realiza é a busca pela valorização da fotografia como forma de expressão. A expressão imagética e a unidade que cada fotógrafo encontrou em uma mesma temática é que valoriza a importância do grupo dando crédito ao coletivo e ao individual. E o grupo agora deixa sua marca neste Museu, e assim como o Fotoclube Amigos do Parque tem este caráter criativo e aglutinador, esta exposição segue com o mesmo objetivo: de reunir para expandir”, comenta Afranio Pissini, fotógrafo pós-graduando em fotografia pelo Senac-SP.

Mais informações no Marco, localizado na rua Antônio Maria Coelho, número 6000, Parque das Nações Indígenas. Telefone: 3324-7449.

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