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O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) será o ministro da Agricultura do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A nomeação, que já era a mais cotada entre os candidatos ao posto, foi confirmado à reportagem por membros da cúpula do governo petista que terá início em 1 de janeiro. Há previsão de que o deputado Neri Geller (PP-MT) seja seu secretário executivo na pasta, mas isso ainda não foi fechado.
Fávaro é conhecido pelo trabalho que desempenhou, nos últimos anos, à frente Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), trabalho que o projetou para o mundo político e que acabou por elegê-lo senador em 2018.
Hoje, a Aprosoja-MT faz oposição a seu nome, dizendo que o ruralista que decidiu apoiar o governo Lula “não têm legitimidade para representar o setor como interlocutores em Brasília”.
A escolha de Fávaro para o ministério foi possível após o futuro ministro superar um problema político delicado, relacionado à suplente que assumirá o seu posto no Senado, quando der início à sua gestão no Ministério da Agricultura. Margareth Buzetti (PP/MT) é apoiadora do presidente Bolsonaro e chegou a fazer campanha nas ruas no segundo turno destas eleições em um grupo de “mulheres com Bolsonaro”.
A reportagem confirmou que Margareth Buzetti deixou o PP e o apoio a Bolsonaro e que, nesta sexta-feira, 23, se filiou ao PSD, partido de Fávaro e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A escolha de Fávaro contou, nos bastidores, com a ajuda e conselhos de pessoas como o ex-ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff, Blairo Maggi. Nos últimos dias, Maggi fez conversas por telefone com a alta cúpula do PT, para apontar caminhos para que os petistas refaçam as pontes com o agronegócio, setor que apoiou, maciçamente, o presidente Jair Bolsonaro.
Há trabalho pela frente. No mês passado, a Aprosoja-MT declarou que, “ao apoiar as políticas do Partido dos Trabalhadores (PT), que inclusive, apoiam invasões de propriedades privadas, Carlos Fávaro, Neri Geller, e Carlos Augustin, entraram diretamente em divergência com os valores conservadores da classe produtora.”
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