Wender Carbonari e Osvaldo Duarte
Dourados News
Apuração do SIG (Setor de Investigações Gerais) com base em depoimentos colhidos na quarta-feira (28), indicam que José da Silva Câmara, 23, e Caio Henrique de Oliveira, 21, podem ter sido executados sem a aprovação de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.
As sete pessoas presas ontem estavam escondidas em uma casa com objetivo de fugir da polícia e também de membros da facção criminosa, segundo informações concedidas pelo delegado do SIG de Dourados, Erasmo Cubas.
“O grupo estava escondido para evitar ser encontrado tanto pela polícia como por outra cúpula do grupo criminoso que não teria concordado com a execução”, disse.
Ele explicou ainda que os acontecimentos tiveram início após uma briga em uma residência no bairro Estrela Porã, na região Sudoeste de Dourados.
“O motivo do homicídio é que esses rapazes tinham que ser executados porque eles teriam entrado na casa de um casal que estaria brigando, ou não, e ali teria acontecido uma algazarra. O rapaz da casa se diz protegido por facção criminosa e pediu uma ajuda”, detalhou Cubas.
Chevrolet Monza foi apreendido pela polícia; suspeita é que veículo tenha sido usado no crime – (Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News)
Porém, a facção não teria concedido aval ao grupo para que o grupo cometesse a execução.
A princípio, José e Caio haviam sido sequestrados na noite do dia 23 de dezembro para receberem um “corretivo”, expressão usada pelos envolvidos no duplo homicídio durante as oitivas realizadas nessa quarta-feira (29) na sala do SIG.
Um dos jovens estava em Campo Grande e determinou as ações por telefone. Ele chegou a Dourados e preso na residência, com os demais suspeitos.
O delegado disse ainda que quatro pessoas estão diretamente envolvidas na execução e ocultação de cadáver, além de tráfico de drogas e posse de arma de fogo.
Os demais devem responder por favorecimento pessoal, tráfico de drogas e posse de arma de fogo e munições encontrados na casa.
Informações preliminares da perícia indicam que Caio e José foram sequestrados no dia 23 de dezembro, torturados e assassinados nas primeiras horas do dia 24, próximo ao local onde foram enterrados, às margens da BR463, na saída de Dourados para Ponta Porã.
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