O enfermeiro de 52 anos, acusado de estuprar uma paciente no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul será julgado pelo Coren (Conselho Regional de Enfermagem), nesta quinta-feira, dia 15 de dezembro. O crime aconteceu em fevereiro de 2021, quando a vítima estava internada no Hospital Regional de Campo Grande.
Segundo o site Midiamax, o enfermeiro deve ser julgado pela Comissão de Ética do Coren, após as acusações de estupro de vulnerável. Esse julgamento acontece um ano e 10 meses depois que o crime aconteceu, enquanto o profissional trabalhava.
Naquele dia 2 de fevereiro de 2021, a mulher de 36 anos foi internada no HRMS com sintomas de Covid. Dois dias depois, na madrugada do dia 4 às 3 horas ela foi estuprada pelo enfermeiro após reclamar de problemas para respirar.
Consta nos autos do processo que a vítima estava com dores e o enfermeiro teria arrumado o oxigênio. Depois, com um óleo passou a massagear a mulher e a estuprou. Às 5h30 a vítima relatou o ocorrido para a mãe.
Pouco tempo depois a mulher foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e registrou boletim de ocorrência por estupro. O hospital também foi acionado sobre o ocorrido.
Assim, no dia 6 de fevereiro a vítima começou o tratamento psicológico, ainda no hospital. Já no dia 9 foi encaminhada ao Centro de Atendimento à Mulher e também recebeu alta hospitalar.
No dia seguinte, dia 10 de fevereiro de 2021, a vítima foi ouvida na Deam. Lá, confirmou os fatos denunciados e o caso chegou até a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Seccional de Mato Grosso do Sul. Com isso, foi solicitada providência por parte do Coren.
Estupro foi denunciado e enfermeiro se tornou réu
Ainda naquele mês, no dia 18, a vítima foi até a Deam novamente para acareação. Então reconheceu o enfermeiro denunciado como autor do estupro.
Em 7 de maio o inquérito policial foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que ofereceu a denúncia em 18 de novembro. A denúncia foi recebida e o acusado se tornou réu por estupro de vulnerável.
Agora, na quinta-feira a presidência do Coren irá julgar o processo ético-disciplinar em que o enfermeiro consta como autor de estupro. Além dele, participarão a mãe da vítima e a vítima.
O processo tramitava na Vara da Violência Doméstica e Familiar, no entanto, por não configurar violência doméstica, agora está na 3ª Vara Criminal. Audiência está marcada para o início de 2023.
Relatos de terror
A vítima relatou os momentos de terror que viveu no hospital quando foi abusada pelo enfermeiro. “Tentei me jogar da cama e fazer barulho [para chamar a atenção]. Estávamos no sétimo andar e tinha grade na janela, mas a vontade que tinha era de me jogar de lá, para que ele não continuasse. Tive medo de que subisse em mim. A senhora que estava na cama do lado estava apagada [por isso não ouviu]”, relatou sobre os abusos sofridos.
Alegando que iria passar um óleo pelo corpo dela, sob a justificativa de que iria melhorar a respiração e evitar lesões, o homem a violentou. Primeiro, espalhou a substância pelas costas dela e, em seguida, começou a tocá-la nas partes íntimas.
Mesmo sem forças, ela reagiu e se debateu. Porém, a paciente entrou em colapso, momento em que chegou uma enfermeira ao quarto. A mãe conta que a enfermeira que havia acabado de entrar no quarto, não teria percebido que a paciente tinha sido abusada.
Ela recebeu atendimento e, após ser medicada, conseguiu ligar para a mãe pouco antes do início da manhã do mesmo dia. A mãe relata que foi imediatamente ao Hospital Regional e, no mesmo dia, procurou a polícia para registrar o boletim de ocorrência.
A paciente foi transferida para outro quarto, em andar diferente do hospital, onde recebeu alta no dia 9 de fevereiro.
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