"Na 22 tá tendo pó do mega chama no pv (sic)". O anúncio, compartilhado em status de WhatsApp de um interno do Estabelecimento Penal Jair Ferreira De Carvalho, a penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, revela esquema de venda de drogas e até produção de cachaça artesanal no presídio, localizado no Jardim Noroeste.
O "pó da mega" que ele cita no status é referente à cocaína, comercializada entre R$ 35 a R$ 45 a porção para utilizar uma vez. O valor, conforme apurado pela reportagem do Campo Grande News, está acima da média pela dificuldade em que os presidiários têm em driblar a segurança da unidade.
Além da venda da droga, recentemente os detentos passaram a vender cachaça, produzida no próprio presídio. Imagens que chegaram ao Campo Grande News mostram o produto em uma garrafa pet de dois litros pendurada em um varal, utilizado para estender roupas dos internos.
A garrafa pendurada no varal é uma estratégia de marketing, para que os outros internos vejam que há cachaça para venda. Informações são de que a dose é comercializada a R$ 20 e são produzidos cerca de três litros por semana. Além disso, internos que não concordam com o esquema sofrem represálias. Ou são agredidos ou sofrem ameaças.
A reportagem do site Campo Grande News, questionou a Agepen-MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul). Em nota, a pasta respondeu que o combate à entrada de materiais ilícitos é constante em todas as unidades penais de Mato Grosso do Sul e na Máxima as vistorias nas celas têm sido realizadas constantemente pelos policiais penais "de forma a impedir o acesso dos apenados aos materiais proibidos".
Além disso, a Agepen destacou que, com o crescimento da área urbana no entorno da unidade, aumentou consideravelmente as tentativas de arremessos pelas muralhas do presídio. "Por isso, telas de proteção foram ampliadas, onde dá acesso à rua lateral do presídio, e as operações pente-fino têm contribuído muito para a retirada de produtos e aumento da segurança no local", diz a nota.
A pasta também afirma que a tecnologia tem ajudado na apreensão de materiais ilícitos. "A Agepen vem inovando e buscando alternativas mais efetivas de controle de materiais ilícitos em todo o Estado, como as instalações de escâneres corporais, que detecta qualquer irregularidade em todos que adentram as unidades penais, bem como, sistema de videomonitoramento, portal de Raio-X e scanners de bagagem na revista de objetos, além de um importante trabalho de inteligência penitenciária integrado com outras forças da segurança pública".
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