sexta-feira, 20 de março de 2009

Pôr do Som estréia amanhã na Concha Família Espíndola

O pôr do sol em Campo Grande, conhecido por sua beleza única, foi a inspiração para Prefeitura Municipal de Campo Grande por meio da Fundação Municipal de Cultura (FUNDAC) lançar o projeto cultural “Pôr do Som na Concha”, que vai reunir grandes nomes da música regional, como Geraldo Espíndola e Filho dos Livres, primeira atração do projeto neste sábado (21), às 18 horas.

De acordo com o diretor-presidente da FUNDAC, Athayde Nery, o evento que será realizado todo terceiro sábado de cada mês, tem como principal objetivo proporcionar o contato da população com nomes que fizeram a história da música em Mato Grosso do Sul, com canções que ultrapassaram as fronteiras, mas que muitas vezes, não são conhecidos do público. “São os nossos desbravadores da música e que merecem mais esse espaço em Campo Grande, uma cidade que caminha e queremos que se torne uma referência cultural no Centro-Oeste e por isso busca a sua identidade cultural”, declarou Athayde, fazendo alusão à citação de Geraldo Espíndola na lista das melhores músicas sertanejas de todos os tempos publicada na Folha de São Paulo, com a composição “É necessário”.

Geraldo Espíndola é o compositor símbolo do Centro-Oeste brasileiro. Ele fala \'porta\' e \'porteira\' com o sotaque típico do povo que nasceu nestas bandas do Brasil de dentro. Não gosta de cidade grande, sustenta um afinado discurso ecológico e tem um jeito carinhoso que cativa todo mundo. O modo geraldiano de compor, aliás, mudou o rumo da música feita nestes confins do Brasil e fundou uma linha na MPB que até hoje não foi analisada devidamente. Geraldo prefere criar e se esquiva de uma auto-análise. Mantém a essência hippie do paz e amor e segue firme na missão de menestrel pantaneiro. “A arte de Campo Grande, Cuiabá e Goiânia ainda será descoberta. Vai chegar o momento do Centro-Oeste”, prevê com sua voz gravíssima.

Com centenas de composições, convive sem conflito com o fato de a maioria dos artistas de fora de Mato Grosso do Sul pedir sempre a mesma música para gravar: Vida Cigana. Canção feita para a esposa na década de 70, Vida Cigana se transformou em sucesso de rodinhas de violão e repertório obrigatório de barzinhos antes de cair nas graças de artistas populares, como José Augusto e Gian & Giovani. O grupo Raça Negra fez uma versão pagode para a música e vendeu um milhão de cópias. A balada de letra romântica e harmonia simples já conta com mais de 60 regravações e não reflete a obra de Geraldo, cheia de melodias densas, harmonias sofisticadas e letras inspiradas. “Toco quantas vezes me pedirem Vida Cigana. Não tenho bode nenhum quanto a isso”, ameniza Geraldo.

Filho dos Livres - O duo Filho dos Livres é um dos mais novos ícones da música sul-mato-grossense e conta com o talento nato de Guilherme Cruz e Guga Borba, músicos e compositores que atuam juntos em prol de uma nova exposição das tendências da musicalidade que atravessa fronteiras e gerações, para firmar um novo tempo, uma nova era para a cultura regional e nacional, contribuindo certamente com a arte pantaneira e a brasileira.

O show do Filho dos Livres, República dos livres pensamentos, é composto de músicas que estão presentes em seu último álbum lançado, somadas a músicas que estão tocando diariamente em rádios da região Centro Oeste e do Brasil, contidas nos dois primeiros CDs do duo. São também executadas no show músicas que trazem à tona as imagens da terra e das águas pantaneiras, como nas faixas Quintal e Novo Ciclo.

Durante o show, o duo Filho dos Livres é acompanhado por grandes instrumentistas de renome nacional, os quais, ao lado de Guga Borba (voz e violão) e Guilherme Cruz (guitarra, violão e voz) executam uma perfeita unidade sonora, com uma presença de palco que tem conquistado novos admiradores por todos os lugares onde se apresentam.

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