Reuters
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta segunda-feira que convocou o embaixador dos Estados Unidos, John Sullivan, para lhe dizer que as declarações do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao chamar o presidente russo, Vladimir Putin, de "criminoso de guerra" levaram os laços bilaterais à beira do colapso.
O presidente Biden disse na semana passada que Putin era um "criminoso de guerra" por enviar dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia.
"Tais declarações do presidente americano, indignas de um estadista de tão alto escalão, colocam as relações russo-americanas à beira da ruptura", disse o ministério em comunicado.
O Kremlin descreveu anteriormente os comentários como "insultos pessoais" contra Putin.
O ministério também disse a Sullivan que ações hostis contra a Rússia receberiam uma "resposta decisiva e firme".
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, confirmou que Sullivan se reuniu com autoridades russas. Mas ele se recusou a dizer se o embaixador dos EUA disse a eles que os Estados Unidos estão sustentam a acusação que Biden fez a Putin.
Price disse em uma coletiva de imprensa que os Estados Unidos acreditam que é importante manter canais de comunicação com a Rússia, especialmente "durante tempos de conflito".
"Procuramos manter uma presença diplomática em Moscou" e os Estados Unidos querem que a Rússia mantenha uma presença semelhante em Washington, continuou.
As ações da Rússia "colocam em questão se eles também aceitam essas mesmas linhas abertas de comunicação", disse Price.
A secretária de Estado adjunta, Wendy Sherman, disse em entrevista à MSNBC que o comunicado da Rússia "apenas mostra o quão desesperado o presidente Putin está se tornando".
A Rússia enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro, no que chama de operação especial para reduzir a capacidade militar do país vizinho e erradicar pessoas que chama de nacionalistas perigosos.
As forças ucranianas têm apresentado forte resistência contra as forças russas e o Ocidente impôs sanções abrangentes a Moscou em um esforço para forçá-la a se retirar da Ucrânia.
ACESSO CONSULAR
Sullivan repetiu na reunião a exigência de que os Estados Unidos tenham acesso consular a cidadãos norte-americanos detidos na Rússia, incluindo aqueles em prisão preventiva, disse Price.
Ele disse que a Rússia tem impedido diplomatas dos EUA de se encontrarem com esses norte-americanos por meses, violando a lei internacional.
A Rússia deteve pelo menos três norte-americanos, incluindo a estrela da WNBA Brittney Griner, que foi presa no início deste mês em um aeroporto da região de Moscou e acusada de transportar drogas.
(Reportagem da Reuters)
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