quinta-feira, 31 de março de 2022

Servidores da prefeitura fazem greve e exigem direitos

 

                                          o planejamento é fazer, todos os dias, passeata em algum ponto da cidade - Marcelo Victor


VALESCA CONSOLARO

Desde a manhã desta quinta-feira (31) acontece, na Praça do Rádio Clube, manifestação e passeata de profissionais do município de Campo Grande que integram as categorias 14b da saúde, bem como os que fazem parte do administrativo da educação.  


Os profissionais reivindicam reajuste salarial e outros benefícios que já foram concedidos para outros profissionais como os da Guarda Municipal e enfermeiros.  


A categoria 14b da saúde é integrada por profissionais que contém ensino superior, como psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais, entre outros.  


A paralisação está sendo organizada pelo Sindicato dos Servidores de Campo Grande (Sisem). O vereador e presidente do sindicato, Marcos Tabosa, está mediando e participando com os trabalhadores.  


Segundo Tabosa, é esperado que tanto hoje, quanto nos outros dias de greve, compareçam em média de 500 a 800 funcionários nas manifestações.  


O objetivo é continuar realizando passeatas e acampamentos até conseguirem um acordo com a prefeitura, ou seja, não há uma data para o fim da greve.  


Servidores

Conforme o Sindicato dos Servidores, hoje, há cerca de 2 mil administrativos da educação e em média 100 profissionais da saúde nas categorias 14b, no município de Campo Grande.  


De ontem para hoje, os profissionais de enfermagem conseguiram reajustes, mas os demais ainda não.  


Sandra da Silva é assistente social e pontuou que todos os profissionais atendem a população e merecem reajuste.  


“Nossa reivindicação é a melhoria do salário, a questão da insalubridade. Todos nós atendemos a população. Há anos, não há valorização para todas as categorias. Aqui não é só uma, tem várias”, disse Sandra.  


Muitos dos profissionais, principalmente os que são administrativos de educação, não chegam a receber um salário mínimo bruto e, com os descontos de impostos, recebem menos ainda. 


A monitora de alunos, Maria Aparecida, concursada há 23 anos, disse se sentir muito desvalorizada.


“Eu não fiz concurso público para ganhar menos que um salário mínimo, faço meu serviço bem feito e gostaria de ser paga com dignidade”, explicou Maria. 



Profissionais da saúde – referência 14b  

Segundo Tabosa, os profissionais de saúde com referência 14b pedem por melhorias que já deveriam ter sido concedidas há muito tempo e que são direitos dos trabalhadores.  


“Eles querem o auxílio igual os outros, 500 reais, eles trabalham 30 horas em decreto e querem que transforme o decreto em lei. Eles querem um plano de carreira. O plano de cargos e carreiras da Sesau está pronto e ninguém efetiva o pagamento da insalubridade, que o veto foi derrubado e ele não paga”, afirmou Tabosa.  


Sobre o pagamento referente à condição de insalubridade, ele destaca que o problema é sério.  


“É direito o pagamento da insalubridade, os LTCATs – Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho – já estão na mão dele, ele fala que os LTCATs são falsos, ou seja, ele tá acusando o médico, os especialistas do trabalho que nós constatamos, de falsificar o LTCAT.  


Mesmo com a greve, está sendo cumprida a lei e sendo mantido os 30% de funcionários presentes nas unidades de saúde.  


 

Profissionais administrativos da educação  

Com relação aos profissionais que integram a área administrativa da educação, é pedido o Auxílio Alimentação de 500 reais e a incorporação do Profuncionário e do Bolsa Alimentação.  


“Nós queremos que ele autorize, só autorizar o novo curso de Profuncionário para 600 que não tem”, destacou Tabosa.  


O Profuncionário é um curso a distância que visa a formação dos funcionários de escola que estão em efetivo exercício, em uma habilitação compatível com a atividade exercida na unidade educacional.  


Sobre a paralisação, os manifestantes destacam haver outros profissionais exercendo suas funções nesse momento, mas eles não estão devidamente qualificados para certos exercícios. 


Além disso, o vereador Tabosa denuncia que o prefeito Marcos Trad por estar coagindo e ameaçando funcionários.  


“Ele está mandando agora ameaçar os servidores, agora, nesse momento. Eles estão ligando pra mim, esse é o prefeito Marcos Trad, que paga de bonzinho nas redes sociais, na televisão, esse é o verdadeiro Marcos Trad, o cruel”, pontuou Tabosa.  


 

Passeata  

Hoje, os profissionais foram para a prefeitura e devem permanecer por lá até o período da tarde.  


Nos próximos dias, o planejamento é fazer, diariamente, passeata em algum ponto da cidade.  


“Vai ser pontos diferentes, hoje aqui (praça do rádio), amanhã pode ser outro ponto, segunda outro ponto, até o executivo entender que se constrói saídas e pacificação através de diálogo”, disse o vereador Tabosa.  


Discordância  

O secretário municipal de saúde, José Mauro, destaca estar surpreso com a greve.


“É uma greve ilegal, pelo que consta no Departamento Jurídico do município. Está sendo comunicado para os órgãos de controle, que é o Ministério Público, para ver o porquê dessa greve”, explicou.  


Para ele, a greve nesse período é uma jogada política. “É uma greve meramente política, porque foram atendidas todas as solicitações, que inclusive era da categoria, do plano de cargos, carreiras e insalubridade”, disse.


Com informação do Portal Correio do Estado

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