FOLHAPRESS
Um grupo de militantes do PSOL lançou documento em que critica a direção do partido por sinalizar apoio à chapa presidencial composta por Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) e por negociar a criação de uma federação com a Rede.
A carta já conta com mais de 600 assinaturas, de figuras como os ex-deputados Babá (fundador do PSOL) e Milton Temer e o professor aposentado da Unicamp Plínio de Arruda Sampaio Júnior.
O texto diz que o partido "não tem vocação para ser puxadinho do PT e, menos ainda, do Banco Itaú [referência ao apoio da família Setúbal à Rede]" e que as eleições de 2022 colocam o eleitor diante de "alternativas tacanhas": escolher entre a dose máxima, Jair Bolsonaro (PL), e a dose mínima de veneno, Lula.
O texto diz que Lula "está comprometido até a alma com a estabilização de uma República Nova, rigorosamente neoliberal, que se pretende construir dos escombros da Nova República" e "governará com seus algozes e acatará docilmente as novas regras do jogo".
"A estratégia de impostura à esquerda e usurpação à direita, que fez o PT ocupar praticamente todos os espectros do circuito político, transformou Lula no alfa e ômega da política brasileira o político-síntese do embuste que encarna todas as contradições do sistema político brasileiro", completa.
A carta, intitulada "PSOL na encruzilhada", pede a suspensão de qualquer tratativa, formal ou informal, com a candidatura Lula e com os dirigentes da Rede "ou qualquer outro partido burguês" e início de negociações com partidos como PCB, UP e PSTU "para a formação de uma frente de esquerda declaradamente contra a ordem."
Ela também sugere o debate sobre o lançamento de uma candidatura própria à Presidência, encabeçada pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
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