sexta-feira, 11 de março de 2022

Líder de caminhoneiros diz que Brasil tem que parar contra aumento da Petrobras

 

FOLHAPRESS


Um dos principais líderes da greve de caminhoneiros de 2018, Wanderlei Alves, o Dedeco, diz que o Brasil tem que parar em protesto contra o aumento dos combustíveis divulgado nesta quinta (10) pela Petrobras —de 18,8% para a gasolina, 16,1% para o gás de cozinha e 24,9% para o diesel nas refinarias.


"Os caminhoneiros autônomos e os empresários de transporte têm que se unir e parar o país. Ninguém vai aguentar. As transportadoras que têm 500, mil caminhões, com milhares de funcionários para pagar, vão quebrar", afirma Dedeco.


Em Mato Grosso, onde parou o caminhão que está dirigindo para abastecer e seguir viagem até Presidente Prudente, em São Paulo, ele afirma que pagou R$ 6,8 o litro. "E agora vai para mais de R$ 8", protesta. As altas entram em vigor a partir de sexta-feira (11).


Dedeco afirma que a guerra da Rússia contra a Ucrânia está servindo como "desculpa para enriquecer ainda mais os donos da Petrobras".


"Eles já tiveram um lucro absurdo, doentio com os aumentos mais recentes, e estão ficando milionários às custas da tragédia de todos nós. Só quem está feliz hoje no país são os investidores da Petrobras", segue.


Dedeco afirma que caminhoneiros e transportadoras são os primeiros a sentir o baque, mas logo os preços são repassados e chegam "na gôndola dos supermercados, em todos os produtos", penalizando a população brasileira.


Em nota, a Petrobras afirmou que o anúncio vem após 57 dias sem reajustes. Segundo a companhia, esse movimento "vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda".


"Apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo", disse a estatal.


No caso da gasolina, o preço médio nas refinarias passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.


Para o diesel, o valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51.


A Petrobras também anunciou reajuste nos preços do GLP, o gás de cozinha. O preço médio de venda, para as distribuidoras, passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo.


Para o diesel, o aumento é ainda maior, de 24,9%. O valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51

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