sexta-feira, 18 de março de 2022

Aquisição de leite cai depois de quatro anos de alta

 



Apesar da retração, o resultado foi o segundo melhor computado para um ano desde 1997
Por:  -Eliza Maliszewski


Em 2021, os laticínios que atuaram sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária captaram 25,08 bilhões de litros, equivalente a uma queda de 2,2% sobre a quantidade registrada em 2020. O resultado representa a primeira diminuição após um período de quatro anos de aumentos consecutivos, entre 2017 e 2020. Os números foram divulgados pelo IBGE. Apesar da retração, o resultado foi o segundo melhor computado para um ano, levando em consideração a série histórica, iniciada em 1997.



Na comparação mensal, janeiro foi o mês de maior variação positiva (+75,64 milhões de litros), enquanto, dezembro apresentou a variação negativa mais relevante (-148,68 milhões). O ano de 2021 foi marcado pela ocorrência de geadas e por um período seco mais intenso, que contribuíram para prejudicar as pastagens em algumas das principais regiões produtoras. Além disso, a alta dos custos associada à demanda fragilizada, inibiu a realização de investimentos por parte da cadeia produtiva.


Houve decréscimo de 561,92 milhões de litros de leite, em nível nacional, no comparativo 2021/2020, relacionado à redução no volume captado em 18 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. As variações negativas absolutas mais consideráveis ocorreram em Minas Gerais (-324,88 milhões de litros), São Paulo (-182,72 milhões), Goiás (-77,24 milhões), Rondônia (-49,23 milhões) e Mato Grosso (-39,42 milhões). Em contrapartida, ocorreram aumentos em oito estados, sendo as mais expressivas verificadas em Santa Catarina (+52,55 milhões), Sergipe (+41,78 milhões), Rio Grande do Sul (+35,78 milhões) e Bahia (+26,88 milhões).


Minas Gerais manteve a liderança no ranking das UFs, com 24,7% de participação nacional, seguida pelo Paraná (14%) e Rio Grande do Sul (13,4%).        


No 4º trimestre de 2021, a aquisição de leite cru foi de 6,46 bilhões de litros, uma redução de 5% em relação ao 4° trimestre de 2020, e aumento de 4,1% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. Ressalta-se o comportamento cíclico do setor, em que os 4º trimestres regularmente apresentam pico de produção em relação aos trimestres anteriores, impulsionado pela melhor condição das pastagens com o retorno da primavera e das chuvas em algumas das principais bacias leiteiras.


IBGE passa a divulgar o “Preço do leite cru pago ao produtor” como estatística experimental


O IBGE também divulgará o preço do leite cru pago ao produtor no escopo da Pesquisa Trimestral do Leite. O resultado será publicado como estatística experimental, com dados mensais de 2019 a 2021 para Brasil, Unidades da Federação e Categoria de inspeção sanitária. 


Desde 2019, o questionário da pesquisa passou a ter uma consulta às empresas sobre o preço médio pago, mensalmente, pela matéria-prima adquirida (leite cru in natura, resfriado ou não). Desde então, a variável investigada foi utilizada apenas internamente para subsidiar a coleta e a crítica dos dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM).

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