segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eletrosul lança projeto de geração de energia solar

A Eletrosul, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas da América Latina (Ideal), lançaram , o projeto Megawatt Solar. Participaram do evento especialistas no tema, representantes da área de engenharia, estudantes e convidados. O projeto batizado de Megawatt Solar pretende dotar o prédio do edifício-sede da Eletrosul e os estacionamentos de placas solares que transformaram a energia solar em energia elétrica. A energia gerada será suficiente para tornar o prédio auto-suficiente. A viabilidade financeira do projeto está sendo analisada pelo banco alemão KfW, que já disponibilizou 2,8 milhões de euros a fundo perdido para o projeto. Ronaldo Custódio, diretor de Engenharia da Eletrosul explica que para a implantação do projeto serão necessários entre 15 e 20 milhões de reais. “Hoje, a energia solar ainda é bastante cara, mas a partir do interesse das empresas em associar sua imagem às fontes alternativas de energia, este custo será reduzido”. Uma das propostas é vender a energia excedente para consumidores livres como empresas. O Megawatt Solar deve gerar em média, por ano, 1,2 GWh, o que equivale ao consumo anual de cerca de 400 residências. O professor Ricardo Rütter, pesquisador dos Laboratórios de Eficientização Energética em Edificações (LabEEE) e de Energia Solar (LabSolar) da UFSC, diz que a idéia da parceria surgiu a partir da evolução da importância do tema energia solar nos últimos 20 anos. “Queremos buscar parcerias para viabilizarmos o projeto”. Para o especialista em energia solar, Hans Dieter Rahnn, de Porto Alegre, “até 2015 o custo da energia solar deverá ser o mesmo da energia elétrica”. O diretor de Operações da Eletrosul, Antonio Vituri, lembrou que a Eletrosul tem interesse de colocar toda a energia produzida à disposição de interessados. “Com o projeto-piloto, iniciado em março deste ano, a Eletrosul já gerou 7,3 megawatts de energia solar. E queremos gerar muito mais”, salienta. Vituri explicou que o Projeto Megawatt Solar apresenta benefícios para a natureza, para a imagem das empresas e para a sociedade. “Nosso projeto ainda depende de aprovação da Eletrobrás, mas acreditamos na viabilidade do projeto, tanto técnica quanto financeiramente”. Em sua fala, o presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, afirmou que a Eletrosul aposta em fontes alternativas de energia como a solar e a eólica, entre outras. “O Brasil tem um grande potencial e estamos vislumbrando um futuro para as fontes alternativas”. Já o reitor Álvaro Prata disse que a “iniciativa da Eletrosul é ousada e muito importante para que as pessoas conheçam e desenvolvam ações concretas para um futuro melhor”. Energia eólica Na oportunidade, o diretor de Engenharia da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio lançou o livro “Energia Eólica para Produção de Energia Elétrica”. Editado pela Eletrobrás, a obra agrega teoria e prática, fundamental para avançar os estudos e o desenvolvimento da energia eólica, sistematizando em 12 capítulos, parâmetros para projetos de fazendas que utilizam o vento como matéria prima. Estudos minuciosos sobre terreno e sua influência no vento; os ventos, os aspectos probabilísticos e características; a disposição das máquinas no parque eólico para maior eficiência da usina, tipos de máquinas, critérios para definição das distâncias entre os aerogeradores e estudos de conexão da usina na rede são as linhas mestras do trabalho. A obra já foi lançada no Rio Grande do Sul, Paraná, Brasília e chega agora à Santa Catarina. A distribuição do livro é gratuita e todas as universidades públicas do país já receberam exemplares. Segundo Ronaldo, por se tratar de um livro técnico, foi priorizado o contato com as classes envolvidas, no caso engenheiros e comunidade acadêmica, como forma de disseminar o conhecimento para o estudo da energia eólica no Brasil. “Creio que a grande contribuição deste livro é o de formar uma literatura nacional sobre o tema, pois tudo o que há está escrito está em inglês e alemão. E tenho certeza que este será um campo muito promissor de futuro para o Brasil e para todos os países, pois o vento é uma grande fonte de energia”, explica Ronaldo. Projeto-piloto já está funcionando Um convênio assinado entre a Eletrosul e a Fundação de Amparo à Pesquisa Universitária (FAPEU) por meio dos Laboratórios de Eficientização Energética em Edificações (LabEEE) e de Energia Solar (LabSolar) da UFSC, com o acompanhamento do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas da América Latina (Ideal), permitiu o desenvolvimento de um projeto-piloto que transforma a energia solar em energia elétrica utilizando placas fotovoltaicas. Pelo projeto, iniciado em fevereiro deste ano, foram instaladas placas numa área de 230,6m², montada sobre a passarela de pedestres, na sede da Eletrosul em Florianópolis, que serviram de laboratório para o Megawatt Solar. Os valores do convênio com a FAPEU e de instalação da planta-piloto foram, respectivamente de R$ 27 mil e R$ 372 mil respectivamente, o que permitiu a geração do primeiro megawatt-hora em energia renovável em março deste ano. Desde que o projeto foi implantado, já foram gerados 7,3 megawatts. A planta piloto possui 88 módulos de silício amorfo de 136 Wp (watt-pico), totalizando 11.968 Wp de potência instalada. Estes módulos estão ligados a três inversores de frequência que fazem a interligação da planta piloto com o edifício-sede da Eletrosul. Espera-se que a planta piloto gere 15MWh de energia elétrica por ano, suficiente para alimentar 5 residências (com consumo médio de 250 kWh/mês) no mesmo período, além de evitar que até 5,9 toneladas de gás carbônico (CO2 ) sejam lançadas anualmente na atmosfera.

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