segunda-feira, 17 de outubro de 2022

China tem controle total de Hong Kong e não descarta usar força em Taiwan, diz Xi

 


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 



 A caminho de seu terceiro mandato, Xi Jinping reforçou neste domingo (16), dia em que se inicia o 20º Congresso do Partido Comunista Chinês, o discurso que tem adotado em relação a Taiwan e a Hong Kong, duas das áreas mais sensíveis de sua gestão.


Sobre a ex-colônia britânica, na qual Pequim fechou o cerco a movimentos dissidentes desde os amplos protestos registrados em 2019, disse que a China já alcançou o "controle total" sobre a região, "transformando o caos em governança".


Já sobre Taiwan, voltou a afirmar o desejo de promover a reunificação pacífica com a ilha —o que não implicaria, necessariamente, em Pequim abandonar a possibilidade de usar a força.


"Resolver a questão de Taiwan é assunto do próprio povo chinês, e cabe ao povo chinês decidir", disse o dirigente em uma mensagem voltada para a comunidade internacional, notadamente os Estados Unidos. "E reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias para isso."


A ilha, na prática, é independente, mas é considerada uma província rebelde por Pequim. A tensão geopolítica que cerca Taiwan subiu de temperatura no início de agosto, após a presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, visitar a região.


O regime de Xi, em reação à visita da americana, realizou uma série de exercícios aéreos ao redor da ilha, no que Taipé descreveu como simulações de ataques a seu território. O governo local rechaça a possibilidade de uma guerra com a vizinha continental, mas também diz que não dará nenhum passo atrás na democracia.


Para Pequim, manter Taiwan sob seu domínio é parte fundamental do plano de "rejuvenescimento da nação", principal objetivo e slogan da gestão de Xi. O termo versa sobre a construção de um país próspero e desenvolvido até 2049, ano do centenário da China comunista —assim, sendo a reunificação um requisito para a tarefa, deduz-se que o prazo para que Taiwan volte à alçada de Pequim também é 2049.


"A reunificação da pátria será alcançada", frisou o dirigente diante da cúpula do partido. "Temos empenhado uma luta contra o separatismo e a interferência [estrangeira] e demonstrado nossa determinação e capacidade de proteger a soberania nacional e a integridade territorial e de nos opor à independência de Taiwan".


Xi falava aos cerca de 2.300 delegados de todo o país reunidos no Grande Salão do Povo, em Pequim, em meio a um forte esquema de segurança, e também aos cidadãos chineses, que puderam assisti-lo em transmissões por telões distribuídos em praças públicas.

Nenhum comentário: