segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Comércio e serviços devem gerar mais de 7 mil vagas temporárias no Estado

 

SÚZAN BENITES E RODRIGO ALMEIDA

Mato Grosso do Sul pode gerar mais de 7 mil vagas temporárias para o fim do ano, de acordo com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDL-MS). Desse total, 3 mil devem se concentrar em Campo Grande. Os dados foram projetados com base no ritmo de geração de emprego, queda do desemprego e boas perspectivas até o fim de 2022.


Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) apontam que o mercado formal já acumula saldo positivo (resultado entre contratações e demissões) de 43,2 mil postos de trabalho em 2022, o maior número já registrado no período de nove meses. E os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o desemprego caiu nos dois últimos trimestres.


A presidente da FCDL-MS, Inês Santiago, confirmou que a projeção é maior que em 2021. “Creio que o número será maior que 7 mil vagas”.


O mestre em economia Eugênio Pavão avalia como plausível o otimismo. “A expectativa do comércio é o crescimento das vendas em relação aos anos anteriores, com a recuperação da renda, alta do emprego e oferta maior para os consumidores”, analisa.



De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG) e secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), Adelaido Vila, somente a Capital terá um grande incremento nas vagas temporárias neste fim de ano.


“Acreditamos que, pela movimentação e número de vagas oferecidas, mais de 3 mil trabalhadores entrarão no mercado neste período [até o fim do ano] como temporários. Nossa expectativa é positiva em todos os setores: varejista, bares, restaurantes, toda a rede varejista está bastante esperançosa. Até porque teremos Black Friday, Copa do Mundo e Natal. Então essa grande conexão de eventos vai gerar mais empregos”.

Levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta a abertura de 1,95 mil vagas diretas somente no comércio varejista (roupas, calçados, acessórios, etc.). Sendo o segmento de hipermercados e supermercados o maior gerador de vagas.


Segundo a economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio-MS (IPF-MS), Regiane Dedé de Oliveira, a projeção levantada pela pesquisa é positiva. “Isso é muito bom, quando a gente compara aos anos anteriores. Em relação a 2021, tivemos um aumento de 500 vagas. Então, é um momento muito oportuno para aquela pessoa que está procurando um trabalho”.


O comentário da especialista releva o período de alto fluxo de clientes no varejo e que um bom trabalho neste momento pode ser um passo importante para a efetivação. “Muitas vezes, o temporário passa a ser efetivo dependendo da relação empregado/empregador que ele tem neste momento”, explica.


AÇÃO

Nos últimos meses, a PEC dos Benefícios turbinou até dezembro o Auxílio Brasil, passando de R$ 400 para R$ 600; liberou auxílios para caminhoneiros e taxistas no valor de R$ 1 mil por mês até o fim do ano; e auxílio gás dobrado para famílias carentes.


Pavão explica que a tendência é de aquecer o comércio com o dinheiro que é injetado na economia do Estado. “Para MS, os auxílios e os benefícios ajudam a economia a girar, aumentando o consumo, a receita pública, etc.”, resume.


O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Renato Paniago, diz que o cenário nacional e regional se desenham animadores, com auxílios liberados pelo governo federal, o aquecimento das compras por conta das próprias campanhas eleitorais que injetam dinheiro na economia e a chegada de três datas fortes para o comércio: Black Friday, Copa do Mundo e Natal.

“A economia está contratando, muitas empresas se deparam com aumento de demanda e oferta, mesmo assim, vemos uma crescente em vagas temporárias, decorrente deste ano anormal”. 


Ele ainda diz que a falta mão de obra qualificada, não só técnica como também comportamental, acaba sendo um empecilho na tomada de decisão do empresário. “Essa é uma reclamação muito grande dos empresários. Como temos fim de ano de muito movimento no comércio, é claro que o que ele mais necessita é apoio. E isso é bom para todo mundo, entra mais dinheiro na economia e as pessoas têm mais poder de compra”, finaliza.


Com informação do Portal Correio do Estado

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