domingo, 29 de janeiro de 2023

Papa Francisco esclarece comentários sobre homossexualidade e pecado em nota

 

                                             Foto: Andrew Medichini/AP© Fornecido por Estadão                                   

Estadão

ROMA - O papa Francisco esclareceu os recentes comentários feitos sobre homossexualidade e pecado, dizendo que ele estava simplesmente se referindo ao ensino moral católico oficial de que qualquer ato sexual fora do casamento é pecado. Em nota na sexta-feira, 27, o pontífice argentino lembrou que mesmo esse ensino está sujeito a circunstâncias que podem eliminar o pecado.


O papa fez os comentários pela primeira vez em uma entrevista à a agência de notícias Associated Press na terça-feira, 24, na qual declarou que as leis que criminalizam a homossexualidade eram “injustas” e que “ser homossexual não é crime, mas pecado”.


“Bem, primeiro vamos distinguir pecado de crime. Mas a falta de caridade para com o próximo também é pecado”, afirmou o pontífice, na ocasião.


Suas palavras foram saudadas por ativistas LGBT+ como um marco que ajudaria a acabar com o bullying e a violência contra as pessoas da comunidade. Mas sua referência ao “pecado” levantou questões sobre se ele acreditava que o mero fato de ser gay era em si um pecado.


James Martin, um jesuíta americano que dirige o Outreach para católicos LGBT+ no país, pediu esclarecimentos a Francisco e postou a resposta manuscrita do pontífice no site do Outreach na sexta-feira.


Em sua nota, Francisco reafirmou que a homossexualidade “não é crime” e disse que falou “para sublinhar que toda criminalização não é boa nem justa”.


“Quando eu disse que é pecado, estava simplesmente me referindo ao ensinamento moral católico que diz que todo ato sexual fora do casamento é pecado”, escreveu o papa.


Mas, em um aceno para sua abordagem pastoral caso a caso, ele observou que mesmo esse ensino está sujeito à consideração das circunstâncias, “que diminuem ou anulam” a culpa.


Ele reconheceu que deveria ter sido mais claro em sua entrevista à AP, mas disse que usou “linguagem natural e coloquial” que não exigia definições precisas.

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