A Cachaça, segunda bebida alcóolica mais querida pelos brasileiros, atrás apenas da cerveja, vem conquistando também cada vez mais os consumidores de todo o mundo. No ano passado, as exportações do setor deram um salto e bateram o recorde dos últimos doze anos. O valor exportado em 2022 foi de US$ 20,08 milhões, segundo dados do ComexStat (Ministério da Economia), compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), o que representa um aumento de 52,38% em relação a 2021. Em volume, o aumento foi de 29,03%, totalizando mais de 9,3 milhões de litros.
Em 2022, a bebida foi exportada para mais de 75 países, sendo que os principais países de destino (em valor) foram: Estados Unidos, Alemanha, Portugal, França e Itália.
“Em 2021, já seguíamos em direção a uma retomada, superando parte dos prejuízos causados pelo fechamento de bares e restaurantes em todo o mundo e proibição de comercialização de bebidas alcoólicas em função da COVID-19. Em 2022, não apenas retomamos, como superamos o balanço de 2019 e dos últimos doze anos. Quando olhamos outros destilados ainda temos uma longa caminhada, mas esse crescimento demonstra que estamos no caminho certo e, também, o potencial que a Cachaça tem no mercado internacional. Uma bebida que se apresenta como uma nova opção de consumo, uma das mais versáteis, utilizada não somente como base da coquetelaria, mas com diversas formas de ser apreciada, cheia de história e que, no caso das envelhecidas, carrega a riqueza e características das madeiras brasileiras”, explica o diretor executivo do IBRAC, Carlos Lima.
Esse sucesso é fruto do esforço das empresas que ao longo dos anos vem investindo no mercado internacional, além de ações estratégicas, como o Projeto Setorial “Cachaça: Taste the New, Taste Brasil”, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com o IBRAC. As empresas apoiadas pelo projeto foram responsáveis por pelo menos 65,4% deste valor recorde de exportação. O Programa de Qualificação para Exportação de Cachaça na versão agronegócio (PEIEX Agro Cachaça), outra iniciativa desenvolvida em parceria com o IBRAC, também tem apoiado o setor, preparando e qualificando as micro, pequenas e médias empresas para venderem no exterior.
“O Projeto Setorial visa ampliar a base exportadora e consolidar o reconhecimento da Cachaça como um destilado brasileiro de qualidade e competitivo internacionalmente. E o PEIEX Agro Cachaça visa qualificar as empresas para que comecem a exportar, adequando o seu produto, sua embalagem, e entendendo as diferentes demandas de cada mercado. Então, é uma integração entre diferentes serviços da Agência, desenvolvidas em parceria com o setor, que formam um elo completo da cadeia, desde a capacitação até o início da exportação”, explica a Gerente do Agronegócio da ApexBrasil, Paula Soares.
Desde 2012 o “Cachaça: Taste the New, Taste Brasil” atua para a promoção das exportações do setor, gerando reconhecimento, competitividade e apresentando a versatilidade do produto pelo mundo. O Projeto se dá por meio de um convênio entre as duas entidades, que é renovado a cada dois anos. O atual está vigente desde 2020 e foi prorrogado até março de 2023. No ano passado, das 67 empresas apoiadas pelo Projeto, 29 exportaram o montante de US$ 12,08 milhões. Os principais destinos foram Estados Unidos, Alemanha, Portugal, França e Espanha.
Genuinamente brasileira, a história da Cachaça está relacionada à história do país. A bebida nasceu no Brasil, no século XVI e tem grande importância cultural, social e econômica para o país. Hoje, segundo o Anuário da Cachaça de 2021, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) existem 936 estabelecimentos produtores da bebida devidamente registrados, com 4.969 produtos.
A Cachaça Sagrada, um pequeno produtor de Bom Jesus do Amparo (MG), surgiu em 2016 e foi registrada em 2017. Desde então, além dos mineiros, conquistou consumidores de todo o Sudeste e de estados do Centro-Oeste e do Sul do Brasil. Em 2022, ela cruzou fronteiras e conquistou a Coréia do Sul. A bebida chamada Lótus, que é à base de cachaça e popularmente conhecida como bananinha, conquistou os sul-coreanos.
Foi também no ano passado que a empresa se associou ao IBRAC e começou a fazer parte do Projeto “Cachaça: Taste the New, Taste Brasil”. Em setembro, participaram de rodadas de negócio com possíveis compradores da França e de Portugal realizadas no âmbito do Projeto Setorial e com o apoio das Embaixadas do Brasil nesses países. Segundo o gerente comercial da Cachaça Sagrada, Lucas Pereira, as negociações seguem em andamento e a empresa está otimista. “Graças ao IBRAC e ao Projeto da ApexBrasil estamos aprendendo muito sobre o mercado externo e sobre o potencial do nosso produto. Em 2023, nosso foco será ampliar e exportar mais, conquistar a Europa e outros países asiáticos”, afirma.
Em Campo Grande na Rua Vitória Zeolla 770, no Carandá Bosque, tem a Cachaçaria Havana abriga diversas das bebidas mais “granfinas” da cidade. O proprietário Fernando Soares oferece uma variedade de mais de 800 rótulos das melhores cachaças de todas as partes do Brasil.
Fernando Soares _Proprietário da Havana
Com informções da assessoria*
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