Abates em massa foram implementados como uma forma altamente contagiosa de gripe aviária que varreu a metade leste dos Estados Unidos nas últimas semanas, matando tanto aves de criação quanto aves selvagens. “É muito preocupante, dada a rapidez com que isso está acelerando”, disse Henry Niman, bioquímico de Pittsburgh que estuda a evolução genética dos vírus.
"Acho que podemos ver níveis históricos de infecções", acrescentou Niman, que acompanha a propagação do surto nos Estados Unidos.
É provável que o vírus esteja sendo espalhado por pássaros selvagens que retornam de áreas de alimentação de inverno, de acordo com especialistas, e muitos temem que o pior aconteça quando a migração da primavera atingir o pico em algumas semanas, informou o Times.
Os produtores de aves estão sendo instados por autoridades federais a relatar aves doentes ou moribundas e a tomar medidas preventivas, como impedir o contato entre seus rebanhos criados e aves selvagens.
“É importante notar que a gripe aviária não é considerada um risco para a saúde pública e não é um risco para a segurança alimentar”, disse Mike Stepien, porta-voz do Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos EUA, ao Times.
O vírus - chamado Eurasian H5N1 - não pulou para humanos, mas está sendo observado de perto pelos cientistas porque está intimamente relacionado a uma cepa asiática que infectou centenas de pessoas desde 2003.
Essa cepa não se espalha eficientemente entre os humanos, mas quando isso acontece, tem uma taxa de mortalidade de 60%, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. E pode dizimar a indústria avícola de um país.
No momento, os produtores de perus em Indiana e Kentucky são os mais preocupados. Várias fazendas nesses estados foram fechadas nas últimas duas semanas depois que as autoridades descobriram o vírus entre pássaros que passam a vida inteira amontoados em galpões de contenção maciços. Os agricultores dizem que ficaram surpresos com a eficiência com que o vírus mata, com os animais morrendo horas após a infecção inicial, informou o Times.
"Todo mundo está em alerta máximo e tentando estar o mais preparado possível, porque todos nos lembramos da devastação de 2014 e 2015", disse ao Times a Dra. Denise Heard, veterinária da Associação de Aves e Ovos dos EUA.
O surto de 2014-15 elevou os preços das aves e dos ovos e custou à indústria mais de US$ 3 bilhões – embora o governo federal tenha compensado os agricultores pelos rebanhos perdidos. No final, quase 50 milhões de aves foram mortas pelo vírus ou destruídas para impedir sua propagação, a grande maioria delas em Iowa e Minnesota.
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