Serão apenas seis dias de atividades antes do início do campeonato, em 20 de março
FOLHAPRESS
Em meio às maiores mudanças pelo menos dos últimos 40 anos, a Fórmula 1 começa nesta quarta-feira (23), em Barcelona, na Espanha, os testes da pré-temporada de 2022 com muita expectativa.
Serão apenas seis dias de atividades antes do início do campeonato, no GP do Bahrein, dia 20 de março.
Pouco tempo para as equipes entenderem se suas apostas são as certas dentro das novas regras.
Isso porque vimos carros bem diferentes entre si até aqui. Desde o bico, mais ou menos longo, até o sistema de refrigeração, cujo posicionamento afeta bastante o formato das laterais dos carros.
Isso, para ficar no que conseguimos ver dos carros, já que estima-se que 80% da performance venha do assoalho e do difusor, escondidos a sete chaves pelas equipes.
AS NOVAS REGRAS VÃO MUDAR?
Uma dúvida que começará a ser respondida nesta semana é se todas essas mudanças valeram a pena.
O intuito do regulamento é diminuir a turbulência gerada pelos carros para que um piloto consiga ficar mais perto do outro sem perder tanto rendimento, ajudando nas disputas na pista.
O problema é que, quando os engenheiros tentam encontrar soluções para tornar os carros mais rápidos, eles acabam gerando mais turbulência.
"Até agora, tudo o que sabemos sobre essas regras vem de simulações do mundo virtual", lembrou o diretor técnico da Haas, Simone Resta.
"Já conseguimos recuperar muito da performance e a tendência é isso continuar neste ano".
Mais otimista, Green antecipou até que as zonas em que o DRS (dispositivo que serve para facilitar as ultrapassagens, usado na F-1 desde 2011) é usado podem ser diminuídas.
Os pilotos estão curiosos, e falam em tentar andar perto do rival durante os testes para sentir se realmente há uma diferença.
E eles também terão mais ideia de como o pneu maior e os novos defletores de ar afetam a visibilidade.
O QUE O PROJETISTA DA RED BULL APRONTOU?
Vai ter muita gente de olho na Red Bull quando o carro for à pista. Eles mostraram a nova pintura em um carro semelhante à maquete feita pela F-1 para explicar as novas regras.
Na última semana, foram à pista na Inglaterra, mas tentaram esconder ao máximo o carro.
Como a Red Bull tem como Adrian Newey, considerado o melhor projetista da história, há grande expectativa para saber quais as soluções que ele adotou.
A expectativa é de que a Red Bull venha com um bico mais longo, como o adotado por Mercedes e Ferrari, e com o mesmo tipo de suspensão que apenas a McLaren adotou até agora.
QUEM ACERTOU A MÃO?
As equipes tiveram que refazer praticamente todo o carro.
"Comparando com o ano passado, basicamente a única coisa que é igual é o volante", disse o diretor técnico da Mercedes, Mike Elliot. Mais do que isso: a maneira como o regulamento é escrito também é diferente, impedindo que sejam adicionadas pequenas asas aqui e ali para recuperar performance.
"Os ganhos vêm mais das formas fundamentais dos carros", completou.
Pelo menos nesse início de novo regulamento, as equipes tiveram leituras bem diferentes de quais formas vão funcionar melhor.
Até agora, todo mundo trabalhou com base nas informações das simulações de computador e túnel de vento, sem saber o que os demais estavam fazendo.
Além disso, será a primeira vez que os novos carros estarão na pista com os novos pneus, de aro 18, que só foram testados com modelos adaptados às novas regras ano passado.
"Ninguém andou com esses pneus em carros de efeito-solo", lembrou o diretor técnico da Aston Martin, Andy Green.
"É um ponto de interrogação enorme a maneira como os novos pneus vão interagir com esses carros".
Mas mesmo antes de começar as simulações com os pneus, as equipes precisam entender se a maneira como as peças foram rearranjadas debaixo das carenagens funciona como nas simulações.
Ainda mais para equipes como a Alpine, que, ainda por cima, tem uma unidade de potência totalmente nova.
O QUE VAI TER QUE ESPERAR ATÉ O SEGUNDO TESTE?
Essa questão do funcionamento da parte mecânica e sua interação com a aerodinâmica terá um teste mais duro entre os dias 10 e 12 de março, no Bahrein.
Isso porque a temperatura mais alta será mais representativa do que a F-1 vai encontrar no decorrer do ano.
Também é esperado que as equipes dediquem o primeiro teste mais para confirmar se tudo funciona bem e se os dados que eles obtiveram nas simulações são os mesmos da pista.
E, como praticamente tudo é novo, devemos ver várias quebras, com os times verificando até onde podem forçar seus equipamentos.
Só no segundo eles devem partir para o acerto dos carros, buscando tirar o máximo de performance.
E então teremos uma ideia melhor de quem vai sair na frente na temporada 2022.
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