Na próxima semana, de terça a sexta-feira (15 a 18), a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul exibe a mostra “Ode ao Cinema” na última programação do ano no "Cine Brasil – Curtas e Longas no Centro", projeto que disponibiliza filmes e vídeos em formato de curta e longa-metragem, gratuitamente. As exibições acontecem na sala Rubens Corrêa do Centro Cultural José Octávio Guizzo, toda última semana do mês, às 18h30, com exceção para este mês devido ao período festivo de fim de ano.
O Cinema Brasileiro tem revelado uma realidade mais avançada sobre sua própria criação, pois passa por reformulações constantes e quase sempre com resultados fantásticos.
A mostra “Ode ao Cinema” vem expor que desde a década de 20 o Brasil tem sim, um grande potencial e uma forte indicação para se tornar o centro cinematográfico da América do Sul. O Cine Brasil no mês de dezembro vem comprovar isso mostrando em filmes produzidos aqui, trabalhando sempre com esses dois lados do cinema: O clássico e o moderno.
Na terça-feira (15), será exibido o filme “Rossi Atualidades nº 126” (SP/DOC/1926/4'28''/Livre/Silencioso), com direção de José Medina. O filme relata como um característico cinejornal da época, Rossi Atualidades nº 126 abordava diversos assuntos, mas a ausência de uma consciência preservacionista fez com que apenas um tema chegasse até os dias de hoje. Trata-se de uma reportagem sobre um grupo de senhoras paulistas que tomaram parte em "Um Sarau no Paço de São Cristovão". Mesmo com a degradação imposta pelo tempo, o filme nos possibilita o contato com a história, constituindo-se como documento privilegiado para a análise da sociedade brasileira e das auto-representações da elite local. Em seguida será passado o filme “Batismo de Carmencita, 25 de Junho de 1921” (SP/DOC/1921/1'30''/Livre/Silencioso), com direção de Zé Dassilva. O filme conta um dos assuntos de um cinejornal. Cerimônia de batismo do bebê Carmencita - futura senhora. Julien: padre, familiares, padrinhos e amigos na igreja e na residência dos pais. E por fim o filme “Ô Xente, pois Não” (PE/DOC/1973/22’/Livre) com direção de Joaquim Assis. É um documentário rodado em 1973 sobre lavradores da localidade de Salgadinho, perto de Garanhuns, em Pernambuco. Resultou essencialmente de longas e livres conversas, durante cerca de 15 dias, com aproximadamente dez famílias que lutavam contra toda sorte de dificuldades, entre elas a seca. O filme tenta passar ao espectador a sabedoria das pessoas em questão e a fraternidade que as unia. Do ponto de vista formal, Ô Xente, pois Não é um entrelaçamento musical das falas daquela gente com as imagens de seu cotidiano.
Na quarta-feira (16), é a vez do filme “Brasília, Contradições de uma Cidade Nova” (DF/DOC/1967/23'/Livre), com direção de Joaquim Pedro de Andrade. O filme traz imagens de Brasília em seu sexto ano e entrevistas com diferentes categorias de habitantes da capital. Uma pergunta estrutura o documentário: uma cidade inteiramente planejada, criada em nome do desenvolvimento nacional e da democratização da sociedade, poderia reproduzir as desigualdades e a opressão existentes em outras regiões do país? Em seguida será exibido o filme “Aruanda” (PB/DOC/1960/22'/Livre), com direção de Linduarte Noronha. Mostra a história de um quilombo, formado em meados do século XIX, por escravos libertos no sertão da Paraíba. O filme, da mesma época da inauguração de Brasília, mostra uma pequena população, isolada das instituições do país, presa a um ciclo econômico trágico e sem perspectivas, variando do plantio de algodão à cerâmica primitiva. O curta é considerado um dos precursores do Cinema Novo.
Na quinta-feira (17), será o exibido o filme “A Velha a Fiar” (RJ/FIC/1964/ 6'/Livre), com direção de Humberto Mauro. O filme é uma ilustração da antiga canção popular do interior do Brasil, utilizando tipos e costumes das velhas fazendas em decadência. Em seguida é a vez do filme “Exemplo Regenerador” (SP/ FIC/1919/7'/Livre), com direção de José Medina. Um marido farrista deixa a esposa só em casa no dia do aniversário de casamento. O criado, condoído com a tristeza da esposa, imagina um plano para ajudá-la a reconquistar o marido. Filmagens na Avenida Paulista, em frente ao Trianon e Parque Siqueira Campos. E por último o filme “Fragmentos da Vida” (SP, FIC, 1929, 30'), também do diretor José Medina. Relata na construção de uma São Paulo que "crescia desafiando as nuvens, levando nessa ânsia incontida o suor de operários humildes", um trabalhador cai de um andaime e à beira da morte pede para o filho trilhar o caminho da "honestidade, do trabalho e da honradez". O filho, porém, prefere tornar-se um vagabundo e tudo faz para ser preso afim de sobreviver.
Na sexta-feira (18), será exibido o filme “Cine Holiúdy - O Astista contra o Caba do Mal” (CE/FIC/2004/15'/Livre), com direção de Halder Gomes. Conta à história de Francisgleydisson, proprietário do Cine Holiúdy, um modesto cinema no interior do Ceará nos anos 70. O projetor tem um defeito súbito, mas ele consegue resolver de forma criativa e inusitada e para finalizar a programação o filme “Como se Morre no Cinema” (RJ, DOC, 2000, 20'/Livre), com direção de Luelane Loiola Corrêa. Mostra as memórias do papagaio que participou da filmagem do clássico brasileiro Vidas Secas, em 1962, quando atuou ao lado da cachorra Baleia.
Mais informações podem ser obtidas no Núcleo de Audiovisual da FCMS pelo telefone 3316-9166 ou no Centro Cultural José Octávio Guizzo, na rua 26 de Agosto, 453 ou pelo telefone 3317-1792.
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