Secretário Jaime Verruck (Foto: Álvaro Rezende)
Com previsão de colheita de mais de 11 milhões de toneladas do milho safrinha, Mato Grosso do Sul terá o desafio de melhorar a logística para escoar a produção e elevar o nível de processamento do cereal dentro do Estado, promovendo o encadeamento da produção. No Estado a expectativa é de que a área destinada ao milho 2ª safra 2022/2023 seja de 2,32 milhões de hectares, 5,4% maior que o ciclo passado.
A produtividade estimada é de 80,33 sacas por hectare, com produção de 11,2 milhões de toneladas, segundo dados do projeto Siga/MS. As projeções para a safra de milho 2022/2023 foram apresentadas em evento, na sede do Sistema Famasul, em Campo Grande.
“Pela primeira vez, o principal produto exportado pelo Estado, em janeiro, foi o cereal. Observamos a expansão da avicultura e suinocultura, com os incentivos diretos. Atraímos a indústria, uma já instalada em Dourados e outra que será inaugurada em Maracaju, e a previsão é de que ambas absorvam 30% da nossa safra”, ressalta o secretário de Estado, Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, representando o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.
O secretário pontua que uma estratégia muito clara que foi colocada neste ano é a de aumentar o nível de processamento do produto dentro do Estado. "Nos últimos anos nós temos trabalhado fortemente para que isso aconteça com a expansão da avicultura, com o crescimento muito forte da suinocultura com os incentivos diretos e também na produção de etanol", salientou.
Ele lembra que o etanol veio e criou uma nova realidade de preço para o milho no Mato Grosso. Assim vai acontecer também em Mato Grosso do Sul. "Nós passamos aí vários anos buscando atrair a indústria de etanol de milho para o MS. E hoje nós já temos uma indústria instalada, a Inpasa em Dourados e em Maracaju nós vamos inaugurar até o final de 2023 a Neomille. Estas duas empresas conjuntamente irão absorver de uma safra aí de 10 milhões de toneladas na média, na capacidade plena 30% da safra do Mato Grosso do Sul. Então isso garante uma demanda anual garantida no mercado interno", frisou.
Expansão
Outra ação da Semadesc para ampliar a cadeia do milho é fomentar os empreendimentos de avicultura e suinocultura. Eu brinco com meus colegas de Santa Catarina e digo que espero que daqui a pouco eles não consigam mais comprar milho no Mato Grosso do Sul porque nós vamos estar consumindo esse milho internamente. E o Brasil realmente também tem se posicionado como um grande exportador. O milho toma uma dinâmica muito próxima da soja no mercado internacional. Isso também é extremamente favorável", acrescentou Verruck.
Um grande desafio neste ano para a cultura será o climático. "Teremos que ver quanto que nós conseguimos converter da área de soja para o milho. Essa é a grande discussão que a gente sempre faz. Nós gostaríamos de converter 100% da área mas sabemos que tecnicamente isso não é possível. O ideal seria a gente conseguir ter uma safra de milho em termos de hectare muito similar da soja, mas não é possível. Por isso que nós pensamos o que devemos fazer com esse milhão de hectares que todo ano não vai para o milho, que nós temos que buscar uma diversificação.
A irrigação tem sido uma alternativa, segundo Verruck, para a realização da segunda safra com tranquilidade. "Nós priorizamos inclusive esse ano mais recursos do FCO para a avicultura, suinocultura e irrigação. Da compra de equipamentos para intensificar o processo de irrigação para sair um pouco da questão climática", citou.
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