domingo, 26 de fevereiro de 2023

Missa que inicia Campanha da Fraternidade reúne católicos campo-grandenses

 

                                           Católicos lotaram celebração no Ginásio Dom Bosco | Foto: Henrique Arakaki | Midiamax

Com casa lotada, católicos de Campo Grande reuniram-se na manhã deste domingo (26) no Ginásio Dom Bosco, para participarem da cerimônia que deu início à Campanha da Fraternidade 2023 na Capital, que neste ano tem como tema a Fome.


Organizado pela Arquidiocese de Campo Grande, a celebração marcada início às 9h, comandada pelo arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa. Mesmo com o lançamento nacional da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) tendo ocorrido na Quarta-feira de Cinzas, já é tradição na Arquidiocese de Campo Grande um evento inaugural da campanha no 1º Domingo da Quaresma.


"Para nós, em primeiro lugar, o significado de reunir todos aqui representa uma reunião não só dos fiéis, mas dos sacerdotes e lideranças, enfim, reunir o Povo de Deus em torno da Eucaristia, e também mergulhar mais ainda na Quaresma, que é a preparação para a Páscoa, o mistério central da fé cristã", detalha Dom Dimas sobre o evento que reuniu 54 paróquias - mais de 500 comunidades católicas da cidade.


Campanha da Fraternidade com 'jeitinho brasileiro'

Dom Dimas explica que a Campanha da Fraternidade, que existe há mais de 6 décadas, é um "jeitinho brasileiro" de iniciar a preparação para a Páscoa, sob a luz de ensinamentos cristãos.


Campanha Fraternidade

Fiéis já arrecadam alimentos | Foto: Henrique Arakaki | Midiamax

"A Campanha da Fraternidade é um jeito muito brasileiro de viver a quaresma, ela só existe no Brasil. O tema é pensado com dois anos de antecedência, que possa ter abrangência nacional e que possa ajudar nessa vivência quaresmal. Grande parte dos temas são sociais, e outros mais voltados para o íntimo. Mas, o tema da fome, que retorna pela terceira vez, é um tema nacional", explica.


O sacerdote explica que a prática da caridade como um elemento do cristianismo, sobretudo no período de 40 dias que antecede a Pascoa - principal período da igreja católica - tem amparo nas próprias palavras de Jesus Cristo.


 

"O Sermão de Jesus falando do fim dos tempos é o mais contundente: "Estive com fome e Me destes o que comer. Estive com sede e Me deste de beber". É aqui temos o fundamento para ações de misericórdia", completa, referindo-se ao versículo 25 do Evangelho de São Mateus.



Coordenador de pastoral da Arquidiocese de Campo Grande, o padre Vander Casemiro destaca a tradição de mais de 60 anos em mobilizar a fiéis em torno dos ensinamentos cristãos como um preparo ao período de Sua morte e Ressurreição.


"A campanha faz com que as pessoas ajudem de alguma forma, mobiliza para termos mais força nesse sentido. Temos falado muito da sensibilização que os devotos têm essencialmente, não só por sermos cristãos, mas também por sermos humanos. É um mandamento do Senhor Jesus", diz.


 

Entre os fiéis que compareceram à celebração estava Sebastião Rosa, coordenador do Terço dos Homens da Paróquia Santa Rita de Cássia de Campo Grande, integrando grupo com um terço gigante que chamava atenção.


"Esse terço gigante só não é maior do que a nossa fé. Hoje, nós somos convidados para entrar com a imagem de Nossa Senhora e o terço. Ele é uma maneira de reunir mais homens de rezar juntos o terço e destacar a importância dessa oração", diz.



Integrante da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, das Moreninhas, Eliane Flores também foi uma das milhares que compareceu ao Ginásio Dom Bosco neste domingo.


"Estou aqui, primeiramente, porque acredito em um Deus vivo, que ajuda o próximo e que, assim, está ajudando a si mesmo. É o amor, a fraternidade, a solidariedade. Se me chamou, estou lá, movida pela fé, acreditando que essa abertura é muito importante. É através dela [do evento] que poderemos estar ajudando outras pessoas", finaliza.



Fome é tema da Campanha da Fraternidade pela terceira vez nos 61 anos desde a criação da iniciativa de bispos brasileiro. A primeira foi em 1975, seguida por 1985 e, agora, em 2023. 


De acordo com o coordenador de pastoral, padre Vander Casemiro, a meta da campanha é mobilizar a sociedade sobre o tema deste ano.


“O objetivo é sensibilizar a sociedade e a igreja para enfrentar o flagelo da fome sofrida por uma multidão de irmãos e irmãs por meio de compromissos que transformem essa realidade”, afirmou. 


De acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, 58,7% da população brasileira convive com a insegurança alimentar, ou seja, não sabe se terão o que comer no dia seguinte. Além disso, 33,1 milhões de pessoas passaram fome em 2022, 14 milhões a mais do que o verificado em 2021.

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