sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Câncer no intestino, diagnosticado em Preta Gil, deve acometer 600 sul-mato-grossenses em 2023

 

ALANIS NETTO                    Foto: Geovane Peixoto / The Music Journal


Na última terça-feira (10), a cantora Preta Gil (48) anunciou, em suas redes sociais, que após ficar seis dias internada, foi diagnosticada com Adenocarcinoma, um tumor maligno que se desenvolve em tecidos glandulares epiteliais, ou seja, tecidos capazes de produzir secreção.


No caso da cantora, o câncer está localizado no intestino. Na publicação, Preta informou que deve iniciar o tratamento já na próxima segunda-feira (16), e pediu apoio dos fãs, amigos e familiares.



Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de intestino é o terceiro mais frequente entre homens e mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama e do câncer de próstata. 



A estimativa é de que 45.630 novas pessoas no país sejam diagnosticadas com câncer no intestino para cada ano do triênio 2023-2025, sendo 23.660 mulheres e 21.970 homens. Segundo o INCA, essa estimativa reflete em um aumento de 10,19% de incidência em homens e 12,64% em mulheres. 


Em Mato Grosso do Sul, segundo o Instituto, estimam-se 600 casos novos de câncer no intestino para cada ano do triênio 2023-2025, sendo 290 entre mulheres e 310 entre homens. No estado, entre 2017 e 2020, 1.051 pacientes com câncer de intestino vieram a óbito, sendo 562 homens e 489 mulheres.


A doença

O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal.


Ao ser identificado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos, é tratável e, na maioria dos casos, curável. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.


O que aumenta os riscos?

Segundo estudos do INCA, os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são:


idade igual ou acima de 50 anos;

tabagismo;

consumo de bebidas alcoólicas;

excesso de peso corporal e alimentação não saudável (ou seja, pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras);

consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame);

ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para este tipo de câncer.

Além dos fatores mencionados acima, existe maior chance de desenvolvimento da doença se houver histórico familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama.


Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). Pacientes com essas doenças devem ter acompanhamento individualizado.


A exposição ocupacional à radiação ionizante, como aos raios X e gama, pode aumentar o risco para câncer de cólon. Assim, profissionais do ramo da radiologia (industrial e médica) devem estar mais atentos.


Sintomas

Os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino são:


sangue nas fezes;

alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);

dor ou desconforto abdominal;

fraqueza e anemia;

perda de peso sem causa aparente.

alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas)

massa (tumoração) abdominal

Esses sinais e sintomas também estão presentes em problemas como hemorroidas, verminose, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico correto e tratamento específico.

O INCA reforça que, na maior parte das vezes, os sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias



Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é feito através do exame histopatológico, realizado no material retirado através da biópsia do tumor via exame de colonoscopia.


Caso o exame aponte a existência do tumor, o paciente é encaminhado para outros exames, como tomografias e exames de sangue, que ajudam a determinar qual tratamento será feito para se adequar melhor à doença do paciente.


Tratamento


O tratamento varia de paciente para paciente, de acordo com o tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.


Inicialmente, os médicos costumam fazer uma cirurgia, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. 


Após a cirurgia, o paciente deve fazer radioterapia (uso de radiação), associada ou não à quimioterapia (uso de medicamentos), para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor.



Mortalidade

De acordo com o Atlas da Mortalidade por Câncer, do INCA, em 2020 (dado mais recente), foram 20.245 mortes por câncer no intestino, no Brasil, sendo 9.889 homens e 10.356 mulheres.


No mesmo ano, em Mato Grosso do Sul,  foram 250 óbitos pela doença, sendo 133 homens e 117 mulheres. Entre 2017 e 2020, foram 1.051 mortes por câncer de intestino em todo o estado, sendo 562 homens e 489 mulheres.


Dados

Ao Correio do Estado, o INCA explicou que as estimativas de novos casos são feitas por triênios. Sendo assim, os dados atuais correspondem aos levantamentos para o triênio 2023-2025, e os números se repetem para este ano e para os próximos dois anos.


O Instituto ainda destacou que as estimativas dos anos anteriores não podem ser disponibilizadas, já que não podem ser comparadas, devido ao avanço de estudos, metodologias, pesquisas, base de dados, entre outros fatores.

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