© ALFREDO ESTRELLA
AFP
O ex-traficante de drogas Joaquín "El Chapo" Guzmán pediu ajuda ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, diante do "tormento psicológico" que afirma estar sofrendo na prisão nos Estados Unidos, onde cumpre prisão perpétua, disse um de seus advogados nesta terça-feira (17).
"Nos seis anos em que Joaquín está nos Estados Unidos, ele não viu o sol", afirmou José Refugio Rodríguez, seu advogado no México e que recebeu a mensagem "verbal" de Guzmán por meio de Mariel Colón, uma das irmãs e representantes legais do ex-chefe do tráfico mexicano nos Estados Unidos.
Rodríguez explicou que Guzmán sai de sua cela apenas três vezes por semana para um "pequeno curral" de cerca de cinco metros quadrados onde "o sol não o atinge" e que tem autorização para receber menos visitas ou telefonemas do que outros detentos.
"Ele está sofrendo um tormento psicológico, e até certo ponto físico, porque não levá-lo ao sol [...] gera uma deterioração de sua saúde, essa deterioração pode levá-lo a perder a vida prematuramente", alertou o advogado em entrevista à rádio Fórmula.
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Rodríguez também alegou que Guzmán não tem permissão para se comunicar com outros detentos e que os guardas estão proibidos de falar com ele em espanhol. Ele também destacou que as autoridades mexicanas têm a obrigação de monitorar as condições carcerárias do ex-traficante, segundo acordos assinados com os EUA.
Rodríguez descreveu a situação de Guzmán "como um SOS de quem nada no mar, está se afogando e procura um pedaço de madeira para se agarrar".
Ele insistiu, no entanto, que o pedido ao presidente do México também visa atender as supostas violações processuais em sua extradição, realizada em janeiro de 2017 durante o governo de Enrique Peña Nieto (2012-2018).
Também pede a López Obrador "que preste atenção a esta conduta de violação de direitos em que incorreu o governo de Peña Nieto".
O pedido de ajuda de "El Chapo" veio a público depois que as autoridades mexicanas capturaram Ovidio Guzmán, um de seus filhos e herdeiro de parte do cartel de Sinaloa, em 5 de janeiro, em uma operação em Culiacán (noroeste) que deixou 29 mortos.
Guzmán foi considerado culpado nos EUA por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e uso de armas de fogo. Em 18 de julho de 2019, ele foi condenado à prisão perpétua, que cumpre na prisão de segurança máxima ADX Florence, no deserto montanhoso do Colorado.
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