terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Forbes, Turma da Mônica, eventos: o que mudou na vida de jovem brasileira premiada por descobrir asteroides pela Nasa

 

                                           Foto: Divulgação/Redes sociais 

G1

"Acho que vivi por umas 30 pessoas sendo apenas uma em 2022". O relato é da estudante brasileira Verena Paccola, de 23 anos, que foi premiada no final de 2021 por descobrir 25 asteroides em um projeto da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.


A descoberta da jovem, que cursa o terceiro ano de medicina na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP), apontou que um dos corpos pode se chocar com a Terra.


Após o feito, ela recebeu outros prêmios e até virou personagem da Turma da Mônica. Mais recentemente, ganhou destaque na lista da Forbes Under 30, elaborada pela revista de economia mais importante do mundo.



A classificação reúne jovens com menos de 30 anos que se destacaram em diferentes segmentos. Ao g1, a estudante conta como tem sido a nova rotina e revela o que pretende para o futuro.



Da vida real para os quadrinhos

Em fevereiro de 2022, a futura médica foi anunciada como uma das personagens da iniciativa "As Donas da Rua", da Turma da Mônica.


O projeto aborda histórias de mulheres inspiradoras e já homenageou nomes como a pintora Tarsila do Amaral, a escritora Clarice Lispector e a ativista paquistanesa Malala Yousafzai.


Já em novembro de 2022, Verena recebeu outra homenagem: foi eleita Jovem Inspiração do Ano em um evento na Usina Hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai.


A jovem afirma que recebeu a notícia de que seria premiada em 16 de dezembro, uma sexta-feira. Como teria que embarcar para o Rio de Janeiro (RJ), onde gravaria participação no Domingão com Huck, da TV Globo, teve que traçar um plano às pressas.


"Eles [Forbes] precisavam fazer minha foto para a revista até a quarta-feira seguinte [21 de dezembro], só que estaria no Rio. Tive que arrumar tudo para fazer as fotos dia 17. Na manhã do dia seguinte fui para São Paulo, fiz as fotos, voltei [a Ribeirão Preto] e depois fui para o Rio", lembra.


Nova rotina

A universitária conta que, no ano passado, praticamente participou de um evento a cada semana. Isso fez com que ela tivesse que rever a rotina, mas sem deixar de lado os compromissos com os estudos.


"Não é nada fácil conciliar, até porque o ano passado eu estava no segundo ano da faculdade, o mais difícil. Treinava futsal, mas tive que abrir mão de algumas coisas para conseguir atender aos eventos. Minha prioridade sempre foi a faculdade, e deixei isso claro na cabeça", explica.


Verena tem mais três anos de graduação pela frente. A jovem, que já é técnica em enfermagem, quer ser neurocirurgiã. Mas há outras áreas que lhe despertam o interesse.



"Desde que me formei em técnica em enfermagem, quero ser neurocirurgiã, mas agora não tenho 100% de certeza. Também estou gostando da área da comunicação e da medicina especial, pois todo mundo vem me perguntar sobre isso e tenho aprendido cada vez mais (risos)", pontua.



Um deles, chamado "asteroide fraco", é o que pode se chocar com a Terra. Ele recebe esse nome porque se movimenta na órbita mais lentamente.


A história da jovem é parecida com a da dupla de astrônomos do filme "Não olhe para cima" (2021), da Netflix.


No entanto, na ficção, os cientistas americanos lutam para alertar as autoridades após a descoberta. Na vida real, o caso é acompanhado, mas ainda sem data para a possível colisão.


Por causa da descoberta há três anos, Verena recebeu, em dezembro de 2021, um troféu em Brasília (DF). A honraria foi concedida pelo coordenador do programa "Caça Asteroides", da Nasa, e pelo então ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovação.


Homenagem a ser feita

O desejo de Verena é batizar dois asteroides com os nomes de sua mãe, Nathalia Paccola, e da avó, Rochelle Paccola, suas principais incentivadoras. Ela só deve conseguir a documentação daqui a quatro anos.


Enquanto isso não acontece, a estudante quer alcançar novas conquistas e seguir inspirando as próximas gerações.


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