Vítima foi mantida em cárcere privado, amarrada e morta a facadas
Por RENAN NUCCI
O cabeleireiro morto durante roubo de carro em Dourados foi vítima de homofobia. Um dos assaltantes, identificado como Josimar da Silva Lemos, confessou ao Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil que matou Eberson Júnior Cavalcante de Almeida a facadas por causa da orientação sexual dele.
Apesar do relato, o caso é investigado como latrocínio (homicídio com objetivo de roubo), cujo a pena varia de varia 20 a 30 anos de prisão. Além de Josimar, também foram presos Marcus Vicente Ciardulo e Weliton Cardoso.
O CRIME
Morador em Campo Grande, Eberson estava em Dourados para atender clientes. Ele havia dado notícias aos familiares pela última vez no dia 10 de agosto, às 22h30. Por volta das 23 horas, ao sair de carro de uma conveniência, foi rendido por Marcus que anunciou o assalto e o levou à força até uma construção de quitinetes no Jardim Carisma.
Lá, o trabalhador foi amarrado e deixado sob vigia de Josimar e Marcus, enquanto Weliton teria a função de levar o automóvel roubado, modelo Fiesta, para a fronteira com o Paraguai.
Marcus saiu do cativeiro por cerca de uma hora para comprar pasta base de cocaína e, quando retornou, se deparou com Eberson morto. Josimar disse em interrogatório que, depois de ficar sozinho com a vítima no local, decidiu agredi-la com golpes no rosto e em seguida a matou com facada no pescoço, de forma cruel, já que o cabeleireiro não tinha como se defender.
HOMOFOBIA
O assassino disse não gostar de homossexuais porque ficou preso durante nove anos e, neste período, acabou se desentendendo com uma pessoa que tinha essa orientação. Depois de três dias de desaparecimento, populares encontraram o corpo de Eberson na construção.
Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que o carro da vítima havia sido vendido na cidade paraguaia de Capitan Bado, na linha internacional com o município sul-mato-grossense de Coronel Sapucaia.
Foi descoberto também que o responsável pela entrega do veículo foi Weliton. Ele teve a prisão preventiva decretada e, na sexta-feira passada, foi preso. A partir de então, foi possível chegar a Josimar e a Marcus que assumiram o roubo, mas alegaram que a morte da vítima não estava nos planos.
Dois dias antes de matarem Eberson, Josimar e Weliton, sob ordens de Marcus, renderam taxista na rodoviária de Dourados a fim e de levá-lo para o mesmo cativeiro. No entanto, o taxista reagiu e foi esfaqueado no pescoço, mas conseguiu escapar. O trio responde pelos crimes de latrocínio e associação criminosa.
Colaborou Adilson Domingos
Portal Correio do Estafdo
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