segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Antidepressivo pode mudar estrutura do cérebro,diz estudo


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Uma única dose do antidepressivo escitalopram (também conhecido pelo comercial de Lexapro) pode mudar a estrutura do cérebro. A mudança nas conexões cerebrais ocorre depois três horas da ingestão do medicamento. Essa é a conclusão de um estudo publicado na quinta-feira no periódico Current Biology.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Serotonergic Modulation of Intrinsic Functional Connectivity​

Onde foi divulgada: Current Biology.
Quem fez: Alexander Schaefer, Inga Burmann, Ralf Regenthal, Katrin Arélin, Claudia Barth, André Pampel, Arno Villringer, Daniel S. Margulies e Julia Sacher

Instituição: Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências do Cérebro, na Alemanha.

Resultado: Ressonância magnética revelou que consumo do antidepressivo escitalopram diminuiu a conexão entre as células cerebrais de voluntários.
O escitalopram é de uma classe de medicamentos chamada de inibidores seletivos de receptação (SSRI, na sigla em inglês). Esse tipo de remédio ajusta a disponibilidade da serotonina, neurotransmissor que regula o humor, no corpo. Ele diminui a sua reabsorção pelo organismo.

O estudo observou 22 pessoas saudáveis, das quais uma parte tomou o medicamento e outra não. Cada grupo foi submetido a três ressonâncias magnéticas em dias distintos: uma sem que os participantes ingerissem qualquer substância; a segunda  três horas depois da ingestão de uma dose de Lexapro (para os voluntários que tomaram o remédio) e a última três horas depois de uma dose de placebo. Os cientistas, então, compararam as conexões cerebrais entre os voluntários em todas as fases da pesquisa.


Conexão cerebral — Os exames revelaram que diminuiu a conectividade entre as células cerebrais das pessoas que tomaram escitalopram. Além disso, as regiões do cérebro se tornaram mais interdependentes. Essa característica foi notada, principalmente, no cerebelo, que coordena o movimento voluntário, e no tálamo, responsável pela parte sensorial.

"Nós não esperávamos que esse medicamento tivesse um efeito tão eminente em um prazo tão curto e que o efeito afetaria todo o cérebro", diz Julia Sacher, do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências do Cérebro, na Alemanha.

Os cientistas dizem que os resultados são os primeiros passos para estudos clínicos que analisam pacientes que sofrem de depressão. "Entender a reação de cada cérebro pode ajudar a prever de forma eficiente quem vai se beneficiar deste tipo de antidepressivo, ou não", explica Julia.

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