terça-feira, 22 de novembro de 2022

Produção de agroquímicos paralisada na Argentina

 

                                                          Divulgação 

Fornecimento de fertilizantes e produtos fitossanitários ficará comprometido
Por:  -Leonardo Gottems

A produção de agroquímicos e fertilizantes está paralisada na Argentina por falta de dólares em circulação no país, alertou a Câmara da Indústria Argentina de Fertilizantes e Agroquímicos (CIAFA). “Atualmente há empresas com linhas de produção suspensas,” alertou a entidade que reúne as indústrias de insumos argentinas.



De acordo com eles, a produção de insumos pode ficar ainda mais comprometida se o da República Argentina (BCRA) não modificar uma regra que afeta a importação de matérias-primas essenciais para a indústria. Recentes modificações introduzidas pelo BCRA (comunicação A7622) nos critérios para o pagamento de insumos importados dificulta a saída de dólares do país.


A nova medida limitou a possibilidade de pagamento em dinheiro conhecido como CAD (“dinheiro contra documentos”), bem como os prazos de financiamento tributário, que passaram de 60 para 180 dias a partir do registro de desembaraço aduaneiro. 


Além disso, deixou sem efeito a possibilidade de acessar o mercado de câmbio com recursos liquidados a título de adiantamento ou pré-financiamento de exportações. Essa situação afeta tanto a produção local, ou seja, as matérias-primas, quanto os produtos prontos para serem utilizados pelo produtor agrícola. 


“Se essa situação continuar, o fornecimento de fertilizantes e produtos fitossanitários ficará comprometido”, afirmam da Câmara.


SIRA É A SAÍDA


Na visão da CIAFA, a aprovação do SIRA (Sistema de Importação da República Argentina) será fundamental para normalizar a produção. Segundo ele, as importações na Argentina praticamente não estão sendo realizadas, devido a atrasos no circuito, sem que haja clareza sobre os motivos.


Isso tem gerado produtos que chegam e não podem desembarcar nos portos, ou ficam aguardando aprovação em armazéns fiscais. A esses produtos se soma aqueles que estão em trânsito, próximos à chegada, que ainda não têm a correspondente aprovação.


Em relação aos agroquímicos, a produção local depende da possibilidade de fornecimento de matéria-prima para a fabricação dos diversos tipos de insumos, levando-se em conta a aptidão para uso.


“Consideramos que é necessário e urgente que o SIRA seja aprovado e que as condições de pagamento sejam adaptadas à realidade que o nosso setor exige. A expectativa é que o diálogo que mantemos com os órgãos governamentais se traduza em uma adaptação da medida, como já aconteceu em ocasiões anteriores, de modo a contribuir para o alcance de uma maior produção de alimentos”, ressalta a CIAFA.


“Estamos na última fase do ano com a necessidade de insumos para as safras de verão, se não tivermos fertilizantes, para cada dólar que não for investido neles, vamos perder vários dólares em moeda estrangeira. Além disso, a não disponibilidade de produtos fitossanitários em tempo hábil para controlar as adversidades resultará em perda significativa de produção e divisas”, concluem da Câmara.

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