quarta-feira, 22 de setembro de 2021

OMS fixa limites mais restritivos para poluentes atmosféricos

 





RTP - Rádio e Televisão de Portugal

A Organização Mundial de Saúde (OMS) fixou hoje (22) limites mais rígidos para os principais poluentes atmosféricos, entre eles partículas transportadas pelo ar, responsáveis por 7 milhões de mortes prematuras por ano, principalmente nos países pobres. É a primeira atualização das diretrizes da OMS para a qualidade do ar desde 2005.


Os dados que mostram que a poluição atmosférica tem influência em diferentes aspectos da saúde e aumentou consideravelmente desde aquele ano.


Por essa razão, a OMS baixou a quase totalidade dos limiares de referência que se referem sobretudo aos chamados poluentes clássicos: as partículas transportadas pelo ar, o ozônio, o dióxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre e o monóxido de carbono.


As novas diretrizes não são juridicamente vinculativas, mas fornecem aos países um quadro para melhor proteção das suas populações.


O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, exortou "todos os países e todos aqueles que lutam para proteger o ambiente a utilizá-las para reduzir o sofrimento e salvar vidas", disse a AFP.


Pelo menos 7 milhões de mortes prematuras, principalmente por doenças não transmissíveis, são atribuídas aos efeitos conjuntos da poluição do ar atmosférico e da poluição do ar interior, de acordo com a OMS.


"A poluição do ar é uma ameaça à saúde em todos os países, mas afeta sobretudo as populações dos países mais pobres", afirmou o diretor-geral da OMS, acrescentando que esses países são cada vez mais confrontados com níveis crescentes de poluição atmosférica, alimentada pelo crescimento das cidades e o desenvolvimento econômico baseado no uso de combustíveis fósseis.


Para o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri Kluge, "o ar puro deve ser um direito humano fundamental e uma condição necessária à saúde e produtividade das sociedades".


Com as alterações climáticas, a poluição do ar é, de acordo com o organismo das Nações Unidas, uma das principais ameaças ambientais para a saúde.


Entre as crianças, por exemplo, a poluição atmosférica pode comprometer o desenvolvimento dos pulmões, limitar a função pulmonar, provocar infecções respiratórias e agravar a asma. Já entre os adultos, as cardiopatias isquêmicas e os acidentes vasculares cerebrais são as causas mais frequentes de mortes prematuras atribuídas à poluição atmosférica.


Dados mais recentes, de acordo com a OMS, mostram que a poluição do ar pode também estar na origem do diabetes e de doenças neurodegenerativas.


Segundo relatório da Agência Europeia do Ambiente, divulgado nessa terça-feira, a qualidade do ar em Portugal e na Europa melhorou de 2019 para 2020, possivelmente devido aos confinamentos durante a pandemia de covid-19, embora permaneçam sérios riscos para a saúde devido à poluição atmosférica.

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