O Pavilhão da Agricultura Familiar é sempre um dos mais visitados na Expointer. Nesta edição a feira voltou a receber público presencialmente. No ano passado o setor fez vendas por drive-thru. Com mais de 66 mil visitantes, a feira que ocorreu de 4 a 12 de setembro, em Esteio (RS), teve lucro para os 210 estandes e 228 produtores familiares. Foram comercializados R$ 2,82 milhões, de acordo com a estimativa divulgada pelos organizadores do evento.
Dentre os estabelecimentos que comemoram as vendas está o Sítio Vai e Volta, agroindústria familiar produtora de cafés especiais do Rio de Janeiro, que participou pela segunda vez da feira e conseguiu comercializar cerca de 400 quilos de cafés especiais. Esse total é três vezes maior que a quantidade vendida pela família na edição de 2019 do evento.
“As vendas superaram as expectativas. Os primeiros dias foram menos movimentados, mas de quinta-feira em diante o movimento foi muito bom. O número de vendas por dia ultrapassou o que eu esperava, conseguindo cobrir o acumulado dos primeiros dias, e o fechamento está sendo nota dez. É uma experiência maravilhosa. Fiquei muito satisfeito”, conta o produtor Fidelis Rodolphi, que está representando a agroindústria Sítio Vai e Volta junto ao irmão Enock Rodolphi.
A produção de café da família passou de geração para geração com foco na inovação para garantir a qualidade dos produtos apresentada aos visitantes da feira. “Nasci na cafeicultura do meu avô e do meu pai e, hoje, trabalho junto com o meu irmão na produção de cafés especiais. Nós trouxemos a inovação, a tecnologia em produção para gerar essa qualidade, que é o processo de colheita seletiva, a seleção dos grãos e a classificação e, o mais importante, finalização com a torra dentro da propriedade. Para isso, nós montamos uma microtorrefação, onde a gente também faz a torra para garantir a qualidade do café”, afirma o produtor Fidelis Rodolphi.
O sucesso de vendas também é festejado por Lilia Scota da agroindústria Panificados Hermes, que trouxe de Arroio do Tigre (RS) biscoitos, cucas, pão de milho e rocambole. “A gente estava com bastante expectativa de como seria a feira, porque, com a pandemia, a gente não sabia se o público viria, mas superou bem as expectativas. Ontem, nós tivemos um dia maravilhoso. Vendemos todas as 350 cucas que trouxemos fresquinhas para o estande. Hoje trouxemos mais 300 cucas e zeramos tudo”, afirma a produtora familiar.
Para diretor de Cooperativismo e Acesso a Mercados do Mapa, Márcio Madalena, o balanço é positivo, principalmente, levando em consideração a limitação de público que pôde circular no espaço devido à pandemia. “Essa edição está marcando a retomada das grandes feiras de comercialização pelo país, seguindo todos os protocolos e cuidados, mostrando que as agroindústrias podem começar a retomar as atividades de participação em feiras. E os números mostram que foi um sucesso essa retomada” afirma.
No pavilhão, um dos lugares mais procurados dentro da 44ª Expointer, visitantes do estado, do Brasil e do exterior puderam conhecer e adquirir produtos da agricultura familiar apresentados por expositores do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Amapá e Rio de Janeiro. No espaço de mais de sete mil metros quadrados as agroindústrias familiares comercializaram geleias, polpas, artesanato, queijos e embutidos, vinhos e espumantes, cachaças, entre outros produtos.
A 23ª Feira da Agricultura Familiar seguiu protocolos sanitários preventivos contra o coronavírus e contou com pontos de higienização com dispensers de álcool gel e lavatórios de mãos, espaçamento de 1,5 metro entre as bancas e monitores fazendo abordagens educativas sobre a prevenção contra a Covid-19, orientando sobre uso da máscara e ajudando a verificar o cumprimento das regras sanitárias.
No Pavilhão da Agricultura Familiar, o estande do Ministério da Agricultura recebeu os expositores que desejavam solicitar o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf) e tirar dúvidas com funcionários do órgão. Ao todo foram emitidos 115 selos durante os nove dias de feira.
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