segunda-feira, 4 de março de 2013

Biblioteca abre exposição mulheres do Brasil e do mundo


A Fundação de Cultura do governo de Mato Grosso do Sul abre nesta sexta-feira, 8 de março (Dia Internacional da Mulher), 8h30, na Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim, a primeira edição de 2013 do projeto Exposição Literária, com obras históricas, fotográficas, biográficas e clássicos sobre grandes figuras do universo feminino no Brasil e no mundo.

A mostra abordará as conquistas de emancipação feminina. Uma luta simbolizada por um grupo de mulheres que se reuniu em uma conferência internacional na Dinamarca, em 1910. Uma das propostas foi a de declarar o dia 8 de março como uma homenagem às operárias mortas carbonizadas em uma fábrica têxtil em Nova York, onde ocorreu a primeira greve conduzida somente por mulheres, que reivindicavam melhores condições de trabalho. A partir de então a data passou a ser celebrada como o Dia Internacional da Mulher.

Dentre os livros em exposição há uma das primeiras obras que abordam a condição feminina, “O Segundo Sexo”, da escritora, filósofa existencialista e feminista francesa Simone de Beuvoir, que cunhou a célebre frase “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, o polêmico “Relatório Hite” sobre a sexualidade feminina, feito através de um questionário como tese de doutorado por Shere Hite, livros da sexóloga e atual ministra da cultura Marta Suplicy, questões como afetividade tratadas em Estranhos Íntimos, da psicóloga e psicanalista Márcia Infante, entre outros.

Estudos sobre a questão da emancipação feminina e o fim do patriarcado estarão expostos em livros como “Mulheres sob todas as luzes”, uma pesquisa de Patrícia Rocha, assim como “Promiscuidades – a luta secreta para ser mulher”, da palestrante dedicada à causa da mulher Naomi Wolf; Entre mãe e filho, uma análise humanística e psicológica desta relação sob a ótica da psicóloga Evelyn Bassof, “De peito aberto” um projeto de estudo sobre o câncer de mama no Brasil através de palestras da jornalista Vera Golik e Sexo e Prostituição, que trata da exploração feminina, desenvolvido pelo jornalista Armando Pereira.

A mostra literária relembra também as grandes mulheres que fizeram história, como a ex-primeira dama e socióloga Ruth Cardoso, com suas obras reunidas e “Vivendo a História”, escrita pela ex-primeira dama norte-americana Hillary Clinton. Dentre as biografias em exposição temos na música Chiquinha Gonzaga, uma das pioneiras entre as mulheres e Maysa só numa multidão de amores, história que retrata a vida conturbada da cantora. 

Na literatura há desde escritoras como Zélia Gattai, Rachel de Queiroz, primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras; a enigmática Clarice Lispector; a quase desconhecida, porém grandiosa, Cora Coralina; escritoras de Best-sellers estrangeiras como Agatha Christie, famosa pelos romances policiais e Stephenie Meyer, criadora da série Crepúsculo; a autora consagrada de novelas como Janete Clair; nas artes plásticas, Anita Malfatti considerada a primeira representante do modernismo no Brasil; heroínas revolucionárias como Anita Garibaldi; Lou Andreas Salomé, intelectual alemã que quebrou regras morais e marcou a vida de Nietzche, Rilke e Freud; a brasileira Yolanda Penteado, que foi a responsável pela primeira bienal de São Paulo em 1951 e teve papel importante no estabelecimento do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

No cinema, teatro e na televisão temos Shirley Maclaine, grande estrela de Hollywood e Liv Ullmann, atriz predileta do diretor sueco Ingmar Bergman; a brasileira Odete Lara, ícone dos anos 60; a cantatriz Bibi Ferreira, uma vida no palco; Tônia Carrero, o monstro de olhos azuis e Dina Sfat, palmas pra que te quero, biografia escrita em parceria com Mara Caballero.

Estarão também em exposição livros de grandes escritoras em prosa como Nélida Piñon, membro e ex- presidente da Academia Brasileira de Letras, Rachel de Queiróz, Lygia Fagundes Telles, Ana Miranda, entre outras e poetisas brasileiras consagradas como Cecília Meireles, Adélia Prado, Olga Savary e da nova geração como Dora Ribeiro, natural de Campo Grande.

Na arte dramática infanto-juvenil temos escritoras como Maria Clara Machado, criadora do Teatro Amador O Tablado e Ana Maria Machado, eleita em 2003 para ocupar a cadeira número 1 e é a atual presidente da Academia Brasileira de Letras; Hilda Hilst, que além de dramaturga foi poeta, ficcionista e cronista e Maria Adelaide Amaral, autora de diversas obras para o teatro e para a televisão, principalmente minisséries. Yambém contará com obras de Florbela Espanca, a maior poetisa portuguesa e uma das maiores vozes femininas da poesia mundial e de Rosalia de Castro, maior poeta da região da Galícia.

Há também o livro de fotografias intitulado Mulheres do Brasil, com modelos brasileiras retratando as várias regiões do país, bem como Nos tempos dos modernistas, que fala da grande incentivadora do movimento no Brasil, D. Olívia Penteado. Conta com obras das grandes artistas plásticas brasileiras contemporâneas Adriana Varejão, que foi a primeira brasileira viva a ter um trabalho adquirido por uma instituição de prestígio internacional como a Tate Modern, Leda Catunda, considerada um dos maiores talentos surgidos no Brasil, além de Maria Bonomi, Teresa D’Amico, Isabelle Tuchband, Ana Horta, Marina Nazareth, Maria Tomaselli e Tomie Ohtake. 

Serviço: A Exposição Literária “Mulheres do Brasil e do Mundo” fica aberta na Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim até o final do mês de março, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30.

A Biblioteca fica no 2º andar do Memorial da Cultura, Avenida Fernando Correa da Costa nº 559. Outras informações podem ser adquiridas pelos telefones 3316-9161/9175.

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