segunda-feira, 18 de março de 2013

Anarco-moeda vira sucesso na internet


IG
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A moeda virtual Bitcoin alcançou nesta semana o valor de US$ 47,74 (R$ 94,51), o que marca um novo recorde de valorização, de acordo com reportagem do jornal espanhol El Mundo . Atualmente, o valor total de Bitcoins em circulação no mundo gira em torno de US$ 750 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) -- resultado da multiplicação do montante de bitcoins na praça pela atual cotação do Bitcoin no site MtGox , principal site de negociação da moeda virtual.

O Bitcoin, moeda virtual não atrelada a governos ou bancos, foi inventado em 2009 por um programador identificado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto, que a chama de “primeira moeda digital descentralizada”. Ao contrário de outras moedas eletrônicas, que existiam só no universo virtual (como o Linden Dollar, do Second Life), o bitcoin é usado para comprar bens reais, como a assinatura de serviços de backup em nuvem ou eletrônicos por meio da internet.

Uma das principais características do bitcoin é o alegado anonimato dos usuários. A moeda não existe de forma palpável, cada transação é somente um código alfanumérico trocado entre quem vende e compra algo. Como não há bancos ou governos centralizando as operações, elas são praticamente impossíveis de serem rastreadas. Alguns especialistas, contudo, afirmam que uma negociação de grande valor poderia ser identificada através da triangulação de informações.

O valor de mercado do Bitcoin subiu 78% nas últimas quatro semanas, passando de US$ 26,77 em 17 de fevereiro para US$ 47,68 neste domingo (17), de acordo com o site MtGox. O motivo da valorização, segundo o El Mundo, seria a compra em massa da moeda virtual por investidores de Malta, país no Sul da Europa. A reportagem não informa qual o objetivo dos investimentos, mas sugere que a valorização possa colocar o Bitcoin em igualdade de valor a moedas reais, como o Euro.

Para conseguir comprar Bitcoins, o interessado precisa baixar um programa que funciona como carteira virtual – ou usar um similar online, em sites como InstaWallet ou MyBitcoin. Depois, já é possível correr para as prateleiras virtuais – com produtos bem reais – de lojas como Bitcoin Harborou Bitcoin Shopping.

De acordo com o El Mundo, mais de 2 mil empresas já aceitam pagamentos por meio de Bitcoins em todo o mundo. No total, cerca de 25 novos bitcoins são criados a cada 10 minutos. "O dinheiro está se reinventando. Os bancos centrais abusaram de seu monopólio ao colocar o dinheiro a serviço de fins políticos e isso a economia não perdoa", disse Thorsten Polleit, economista-chefe da Degussa, ao jornal. "Por isso as moedas virtuais são uma boa alternativa."

Bitcoin no Brasil

Desde julho de 2011, o site brasileiro MercadoBitcoin permite comprar a moeda virtual no Brasil. O valor de mercado da moeda em relação ao Real, que começou em R$ 24 para cada bitcoin, agora está há cerca de uma semana em um valor aproximado de R$ 103 -- maior do que o da cotação do Bitcoin em dólar. O iG tentou entrar em contato com o MercadoBitcoin para esclarecer porque o Bitcoin é mais caro no Brasil, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

De acordo com informações do MercadoBitcoin, atualmente existem cerca de 2,5 mil usuários brasileiros cadastrados no serviço e quase 500 operações de compra ou venda de bitcoins foram realizadas nos últimos 30 dias. O site cobra 0,75% de taxa por operação de compra e venda da moeda. Operações de compra de produtos por meio da internet em geral não são taxadas.

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