segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Cinemateca Brasileira completa 70 anos com acervo de 250 mil rolos de filmes






Portal Brasil





A Cinemateca Brasileira, ligada à Secretaria do Audiovisual do MinC (Ministério da Cultura), completou 70 anos na sexta-feira (7). O espaço, localizado em São Paulo, é dedicado à preservação, restauração e à divulgação da produção audiovisual brasileira. A instituição conta com acervo de mais de 250 mil rolos de filmes, centro de documentação e pesquisa, biblioteca, salas de exibição, laboratório e promoção de cursos.

Os trabalhos contínuos da Cinemateca tiveram início em 7 de outubro de 1946, com a criação do Segundo Clube de Cinema de São Paulo, um grupo composto por intelectuais, professores universitários e pessoas da sociedade civil que se organizaram em defesa da formação de uma cinemateca e iniciaram uma prospecção de filmes em território nacional e internacional. A preservação do patrimônio cinematográfico brasileiro articulou-se à difusão sistemática da cultura cinematográfica, o que propiciou novas formas de exibição e apreciação de cinema no País.

Uma das personalidades centrais para que isso ocorresse foi o crítico de cinema brasileiro Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977), que dedicou a vida à cinemateca e faleceu antes de vê-la em sua sede atual. "Do sonho e da perseverança de Paulo Emílio, surgiu o mais expressivo centro de memória audiovisual brasileira", destaca o secretário do Audiovisual do MinC, Alfredo Bertini.

MELHORIAS

Ao longo do processo histórico, o centro passou por sucessivas crises institucionais. A coordenadora-geral da Cinemateca, Olga Futemma, recorda que, após a Cinemateca existir em um galpão sujeito a chuvas no Ibirapuera e em outros espaços precários, a instituição finalmente se instalou na Vila Clementina, entre 1995 e 1998. "Isto representou um avanço extraordinário porque os setores todo juntos, no mesmo espaço, conseguiram se harmonizar para oferecer a cidade um centro da memória audiovisual", avalia.

 Para o secretário Alfredo Bertini, a Cinemateca é fundamental e necessita de um trabalho contínuo. "Nosso trabalho é para que a maturidade dos 70 anos se renove por muito tempo, agora na perspectiva de um novo entendimento do papel da preservação no contexto econômico do audiovisual", pontua.

ACERVO

Apesar de enfrentar precariedade dos meios e dos recursos para sua manutenção, a Cinemateca Brasileira se ampliou para além do pequeno grupo de intelectuais interessados em cinema, e ganhou reconhecimento mundial, tornando-se um dos maiores acervos audiovisuais da América Latina.

Entre os 250 mil rolos de filmes, há curtas, médias, longas-metragens, cinejornais, documentários e obras de ficção, além de registros raros, como a coleção de imagens da extinta TV Tupi.

Só a filmografia da Cinemateca traz dados de cerca de 45 mil títulos, com informações de datas, cartazes, fotos e produção do filme.

O núcleo de Arquivos e coleções do Centro de Documentação e Pesquisa da Cinemateca reúne conjuntos de documentos produzidos, acumulados ou colecionados por pessoas ou entidades ligadas ao cinema brasileiro ao longo de suas trajetórias. São fotos, textos, desenhos, manuscritos, correspondência, objetos, que guardam em si grande carga de testemunho sobre seu produtor. Entre eles, estão os de Glauber Rocha, Pedro Lima e Paulo Emílio Sales Gomes.

SELEÇÃO

Desde 26 de setembro, a Cinemateca mantém inscrições abertas para a seleção de uma organização social que irá gerir, durante um ano, suas atividades. O edital privilegia a capacidade técnica e operacional da organização na gestão de projetos culturais e a experiência no trato com a administração pública. Também contam pontos o plano para a preservação e divulgação do acervo. Podem participar da seleção pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, com natureza de associação civil ou fundação, cujas atividades sejam dirigidas à cultura. As inscrições devem ser feitas até às
17h do dia 17 de outubro de 2016.

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