terça-feira, 16 de maio de 2017

Morre aos 73 anos o artista mexicano Felipe Ehrenberg


FolhaPress                         Foto;Reprodução


O artista plástico mexicano Felipe Ehrenberg morreu na noite de ontem (15), aos 73 anos.

Ehrenberg foi um multiartista, com ênfase na pintura e na escultura, e pela sua disposição ao novo dizia-se "neólogo".

Foi também diplomata: enviado ao Brasil como adido cultural de seu país, radicou-se em São Paulo com sua mulher, Lourdes Hernández-Fuentes, em 2001.

Sua carreira no país foi encerrada em 2006, após sua participação no filme "Crime Delicado" (2005), de Beto Brant, no qual aparecia nu.

Cercados de amigos, que adoravam receber em sua casa, resolveram permanecer no Brasil -ficaram em São Paulo até 2014, quando retornaram ao México.

Em São Paulo, Lourdes, que além de escritora é cozinheira, montou ao lado do marido a Casa dos Cariris, onde recebia clientes que se tornavam amigos e amigos feitos clientes para refeições animadas que mostravam os verdadeiros sabores de seu país. Ela cozinhava, Felipe recebia e servia as mesas.

Ehrenberg tinha uma longa e premiada carreira. Fundou a editora Beau Geste Press e participou do movimento Fluxus nos anos em que viveu na Inglaterra, entre 1968 e 1976.

Mesmo no Brasil, nunca deixou de lado sua atuação como artista plástico. Sempre teve seu ateliê em casa e em 2010 foi homenageado com uma grande exposição retrospectiva na Estação Pinacoteca.
Em 2015, declarou em entrevista ao jornal "El Norte", que a morte não o assustava tanto.

"Agora que tenho câncer, minha mulher e meus filhos estão mais espantados que eu, que não o percebo como uma coisa terrível. Não sei mais o que dizer. Tomo tanto remédios tradicionais quanto alopáticos. Se me curar, nunca vou saber qual dos dois me curou".

Pai de cinco filhos, que lhe deram 16 netos, deixa, além da companheira Lourdes, incontáveis amigos por onde passou. Seu corpo seria velado na casa que, ao lado de Lourdes, reformou para viver em Ahuatepec, no Estado de Morelos.

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