sábado, 17 de dezembro de 2016

ESTREIA–“Rogue One” investe em novos personagens para valorizar franquia original “Star Wars”r


“Rogue One: Uma história Star Wars” introduz uma série de personagens novos, mas a intenção mesmo é manter a costura que remete à velha série de aventuras criada por George Lucas no final da década de 1970 – com direito a participações de alguns dos personagens-chave da franquia.

Como acontecia já no filme deste universo do ano passado, “O Despertar da Força”, mais uma vez a força de uma mulher é central nos acontecimentos. Desta vez, trata-se da jovem Jyn Erso (Felicity Jones), marginal que será conquistada para a causa da Aliança Rebelde contra o Império.

Há motivos de sangue para este engajamento, ainda que relutante – Jyn é filha de Galen Erso (Mads Mikkelsen), o cientista por trás da criação da temível Estrela da Morte, centro do poder bélico do Império. A nova história começa com um episódio dramático da infância dela, mostrando sua separação dos pais e a sua posterior proteção por parte de Saw Gerrera (Forest Whitaker).

Um corte temporal e já vai-se ver Jyn moça e valente, sendo resgatada da servidão por parte de integrantes da Aliança justamente para encontrar o pai, que se acredita seja um traidor vendendo o seu talento para fins mortíferos. Esse resgate coloca Jyn em contato com a trupe central aqui: o capitão Cassian Andor (Diego Luna), Chirrut Imwe (Donnie Yo), um monge cego e mestre das artes marciais, e seu fiel escudeiro, Baze (Wen Jiang), um piloto desertor do Império, Bodhi (Riz Ahmed), e o robô K-2SO (criado a partir da captura de movimentos do ator Alan Tudyk).

Como é habitual no universo Star Wars, o robô serve de alívio cômico com observações sem noção e uma certa hostilidade contra Jyn.

Do lado escuro da Força, o administrador Krennic (Ben Mendelsohn) é um vilão ambicioso, disposto a medir forças até com o malvado-mor Darth Vader (voz de James Earl Jones) – que dá o ar de sua graça por aqui inclusive sob uma forma inusual e com direito a pelo menos uma sequência de luta com sabres de luz, que deve saciar um pouco a saudade dos fãs da cinessérie.

Roteirizado por Chris Weitz e Tony Gilroy e dirigido pelo britânico Gareth Edwards, “Rogue One...” parece ter resistido razoavelmente bem às refilmagens de sequências que tumultuaram sua produção, entregando um filme que se sustenta por si mesmo sem trair suas origens, ao contrário, homenageando alguns dos ingredientes mais fascinantes da história.

A batalha principal envolve a luta pelos planos da Estrela da Morte, missão que será encabeçada por Jyn e companhia com máximo teor de perigo. Verdade que, nessa sequência primordial do filme, estica-se um pouco a duração com batalhas de naves e cenas de guerra que procuram encher os olhos dos fãs e justificar o alto orçamento. Mas é inegável que os personagens, mesmo sem ser memoráveis, são atraentes o suficiente para que o público sinta falta destes pioneiros que se sacrificam pela missão - pois, como se sabe, a sabotagem da Estrela da Morte é pérola do bolo da boa e velha trilogia original.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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