domingo, 13 de novembro de 2016

Hamilton, o último piloto pop da F1, dá de ombros para a patrulha

                                            Piloto Lewis Hamilton, da Mercedes, participa de evento em São Paulo. (Divulgação)


Por Alexandre Salvador

Lewis Hamilton vive pisando fora dos limites do universo extremamente corporativo que se tornou a Fórmula 1 nas últimas duas décadas.

Esqueça a mistura de graxa, champanhe e adrenalina dos tempos de James Hunt, ou dos motores abusadamente envenenados, com mais 1 000 cavalos de potência, da era Piquet e Senna.

O paddock, hoje, é uma caixa hermeticamente fechada e esterilizada pela presença maciça das grandes marcas que pagam pela corrida de automóveis. Responsabilidade é a palavra de ordem.

Somente a chegada do piloto inglês, tricampeão do mundo em 2008, 2014 e 2015,  é algo que se pode chamar de transgressor. Hamilton foi o primeiro negro a ingressar na categoria mais nobre do automobilismo mundial, em 2007.

Pupilo de Ron Dennis, o manda-chuva da equipe McLaren, a jovem promessa ficou conhecida pela agressividade no volante e a timidez no discurso e nas palavras.

Em 2013, porém, Hamilton quebrou a casca. Saiu debaixo da asa de Dennis e partiu para um voo solo na equipe Mercedes. Em um novo ambiente, mais confiante, vimos a mutação do menino em homem. Livre das amarras, o inglês começou a mostrar ao mundo sua personalidade, seus gostos, suas preferências.

Hoje, a entourage de Hamilton passa mais perto do universo pop do que do automobilismo. Ele mesmo diz que não quer saber da velocidade ou da vida nos boxes depois que deixar a Fórmula 1. Frequentemente, o inglês é visto em passarelas de moda, em premiéres de cinema, festas exclusivas ou em estúdios musicais. Seu núcleo de amizades já engloba personalidades como Kanye West, Justin Bieber e Neymar – os três, aliás, passaram um tempo juntos em julho último.

Pouco antes de um evento promocional da fabricante de material esportivo Puma, realizado na cobertura de um prédio no centro de São Paulo, Lewis falou a VEJA por sete minutos cronometrados, tempo suficiente para dar seis voltas no circuito de Interlagos e para dar um mergulho, mesmo que superficial, na complexa personalidade do piloto inglês.

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