domingo, 5 de outubro de 2014

A eleição mais imprevisivel do país



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Mais de cento e quarenta milhões de eleitores brasileiros vão às urnas neste domingo para o primeiro capítulo das eleições mais imprevisíveis desde a redemocratização do país. Pela primeira vez nos últimos 25 anos, dois candidatos chegam ao primeiro turno em cenário de empate técnico. Os números da última pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado, indicam que Aécio Neves (PSDB) ultrapassou Marina Silva (PSB) na reta final e deve enfrentar Dilma Rousseff (PT) no segundo turno.

A turbulenta história do pleito de 2014 ganhou contornos trágicos com a morte de Eduardo Campos em plena campanha, em um acidente aéreo no dia 13 de agosto, na cidade de Santos (SP). O luto que marcou a campanha e interrompeu a carreira de um político promissor também devolveu à corrida a ex-senadora Marina Silva (PSB), que havia se transformado em vice de Campos após ter o registro de seu novo partido, a Rede, negado pela Justiça Eleitoral. Por vias tortas, Marina tornou realidade aquilo que com Eduardo Campos era ainda uma expectativa: a quebra da polarização entre PT e PSDB.

Mesmo os coadjuvantes cumpriram um papel significativo na eleição presidencial. A diversidade de ideias esteve melhor representada do que nos últimos pleitos e isso se refletiu na discussão de temas como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo e até a privatização da Petrobras: nanicos como Pastor Everaldo (PSC) e Eduardo Jorge (PV) defenderam posições frontalmente opostas sobre esses temas, sem medo da rejeição que assusta os principais concorrentes e empobrece o debate.

O cenário estadual deve traduzir o cenário de equilíbrio pós-2014: derrotado por antecipação em quase todos os Estados importantes, o PT deve obter em Minas Gerais uma vitória significativa – e essencial para a manutenção do poder do partido. Para o PMDB, a prioridade é manter o governo do Rio de Janeiro, onde o favorito é Luiz Fernando Pezão.  Os tucanos devem obter outra vitória em São Paulo com Geraldo Alckmin. O PSB deve consolidar-se no posto de quarta força eleitoral do Brasil.

A Lei da Ficha Limpa, aplicada pela primeira vez nas eleições majoritárias, também interferiu diretamente nas eleições. Três candidatos a governador com chances reais de vitória deixaram a corrida após serem barrados: José Roberto Arruda (PR), do Distrito Federal, Neudo Campos (PP), de Roraima, e José Riva (PSD), de Mato Grosso.

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