quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ações de bancos disparam após decisão do STF e Bolsa fecha no azul


Folhapress

O principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quarta-feira (28) em alta, com a disparada dos bancos após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de adiar, mais uma vez, o julgamento sobre as perdas na poupança decorrentes dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.

O Ibovespa subiu 0,89%, para 52.639 pontos. Com isso, o índice devolveu parte da perda de mais de 1% registrada nesta terça-feira (27), quando atingiu seu menor patamar em quase um mês. O volume financeiro movimentado no dia foi de R$ 5,47 bilhões.

As ações do Banco do Brasil subiram 3,37%, enquanto o Itaú Unibanco teve ganho de 1,82% e o Santander, de 0,66%. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) do Bradesco subiram 1,02%.
"É uma situação extremamente complexa, pois tem um risco grande a todos os bancos envolvidos, que podem ter de arcar com indenizações bilionárias. Por isso, a decisão tem que ser bem pensada", diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.
"O adiamento não significa que o risco para as instituições financeiras deixou de existir, mas apenas que ele foi postergado. Como os mais afetados por uma possível decisão favorável aos poupadores seriam os bancos públicos, o Banco do Brasil foi o que mais subiu após a notícia", completa Müller.

Para Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora, a alta dos papéis é natural. "O mercado enxerga que, com isso, as instituições financeiras terão mais tempo para se provisionar, caso a decisão seja favorável aos poupadores", diz.

As ações de construtoras também subiram, lideradas por MRV (+4,30%), PDG (+2,56%) e Rossi Residencial (+2,53%). Para analistas, o movimento reflete a expectativa do mercado de "[manutenção da taxa básica de juros", a Selic, nos atuais 11% ao ano, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) que termina nesta noite.

"O cenário de estabilidade nos juros previsto pelo mercado beneficia o negócio delas. Essas companhias têm sido prejudicadas pelas seguidas altas da Selic, que encareceram os financiamentos desde o ano passado", diz Gala.

Câmbio

No câmbio, o dia foi de menor pressão sobre o dólar, depois de ter fechado em alta na véspera. A moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, teve ligeira desvalorização de 0,12% sobre o real, cotada em R$ 2,238 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,26%, para R$ 2,235.

O Banco Central deu continuidade ao programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4 mil contratos de swap (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por um total de US$ 198,4 milhões. A autoridade também promoveu um novo leilão para a rolagem de 5 mil swaps que venceriam em 2 de junho, por US$ 247,2 milhões.

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