sábado, 21 de fevereiro de 2009

'Valsa com Bashir' é aposta para Oscar de filme estrangeiro

O filme antiguerra Valsa com Bashir pode dar a Israel no domingo seu
primeiro Oscar, contrariando as tendências históricas da Academia na
categoria de filme em língua estrangeira que, até hoje, evitou premiar
animações ou documentários.

Alguns observadores do Oscar dizem que a combinação inovadora de cenas
animadas e documentário do filme de não ficção ajuda, e não prejudica,
suas chances de conquistar um dos prêmios mais importantes do cinema
mundial, que será entregue em Hollywood no domingo.

O diretor Ari Folman gravou conversas com israelenses reais que
lutaram na invasão israelense do Líbano em 1982 e retratou em animação
os acontecimentos trágicos e violentos descritos nas fitas de áudio.

"De certo modo, é surpreendente que o filme seja visto como tendo boas
chances de ganhar, devido ao tema incrivelmente áspero", disse Johanna
Blakely, especialista em cinema do Centro Norman Lear da Universidade
do Sul da Califórnia.

"Mas acho que a razão principal de sua ascensão é seu estilo, por usar
animação para fazer um documentário", disse ela. "Por alguma razão,
essa combinação híbrida acabou favorecendo o filme."

Valsa com Bashir recebeu um Globo de Ouro e foi considerado o melhor
filme de 2008 pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos
Estados Unidos.

Se o filme receber o Oscar, será o primeiro filme israelense, o
primeiro documentário e o primeiro trabalho de animação a conseguir o
Oscar de melhor filme em língua estrangeira.

Valsa com Bashir teve distribuição limitada nos cinemas
norte-americanos, como também é o caso do candidato francês Entre os
Muros da Escola, visto como o segundo mais provável vencedor. Filme
naturalista ao extremo, Entre os Muros acompanha os esforços de um
professor para educar adolescentes imigrantes.

O poético filme japonês Okuribito, sobre um violoncelista desempregado
que vai trabalhar preparando cadáveres para serem enterrados, pode
surpreender, segundo especialistas.

Os outros candidatos são o alemão The Baader Meinhof Complex sobre
radicais de esquerda dos anos 1970, e o thriller austríaco "Revanche",
sobre um crime e suas conseqüências.

No ano passado, o drama austríaco sobre o Holocausto Os Falsários
recebeu o Oscar de melhor filme em língua estrangeira, tendo sido
lançado nos EUA apenas dois dias antes do Oscar e rendidoUS$ 5,5
milhões nas bilheterias norte-americanas e canadenses.

Reuters

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